Sinais de possível vida em outro planeta são detectados por cientistas
Pesquisadores anunciaram a detecção de possíveis bioassinaturas na atmosfera do planeta K2-18b
Por Da Redação.
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, anunciaram nesta quarta-feira (16) a detecção de possíveis bioassinaturas na atmosfera do exoplaneta K2-18b. O estudo, publicado na revista científica The Astrophysical Journal Letters, aponta a presença de gases associados à atividade biológica na Terra, levantando a hipótese de vida além do Sistema Solar.
Os cientistas utilizaram o Telescópio Espacial James Webb para identificar traços de dimetil sulfeto (DMS) e dimetil dissulfeto (DMDS) na atmosfera do planeta. Na Terra, essas substâncias são produzidas por organismos vivos, como o fitoplâncton marinho. De acordo com os pesquisadores, "os resultados são a evidência mais forte até o momento de que pode existir vida em um planeta fora do nosso sistema solar".
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As observações atingiram o nível de significância estatística "três sigma", o que representa uma probabilidade de 0,3% de os sinais terem ocorrido por acaso. Os astrônomos explicam que novas análises, com 16 a 24 horas adicionais de observação, podem elevar a significância para "cinco sigma" — patamar necessário para confirmar a descoberta científica, com chance inferior a 0,00006% de erro.
“Nosso trabalho é o ponto de partida para todas as investigações que agora são necessárias para confirmar e entender as implicações dessas descobertas interessantes”, afirmou Savvas Constantinou, coautor do estudo e pesquisador do Instituto de Astronomia de Cambridge.
Presença de gases
Os cientistas destacam que o próximo passo será verificar se há explicações alternativas para a presença desses gases, sem envolvimento biológico. "Embora um processo químico desconhecido possa ser a fonte dessas moléculas na atmosfera de K2-18b, os resultados são a evidência mais forte até o momento de que pode existir vida em um planeta fora do nosso sistema solar", aponta o relatório.
“Esses são os primeiros indícios de um mundo alienígena possivelmente habitado”, declarou o astrofísico Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge e líder do estudo. Ele ressaltou, porém, que não se trata de uma confirmação da existência de organismos vivos, mas sim da detecção de uma possível bioassinatura.
Segundo Subhajit Sarkar, coautor e pesquisador da Universidade de Cardiff, “a inferência dessas moléculas de bioassinatura levanta questões profundas sobre os processos que podem estar produzindo-as”.
Apesar do entusiasmo, a equipe reforça a necessidade de cautela. "Estamos muito cautelosos. Temos que nos questionar tanto sobre a veracidade do sinal quanto sobre o que ele significa", disse Madhusudhan. Para os pesquisadores, ainda “é vital obter mais dados antes de afirmar que a vida foi encontrada em outro mundo”.
O novo planeta é habitável?
Questionado sobre a possibilidade de o planeta ser habitável por seres humanos, Madhusudhan afirmou que ainda não é possível responder com precisão. Em entrevista ao The New York Times, o cientista planetário Stephen Schmidt, da Universidade Johns Hopkins, classificou a descoberta como “apenas uma pista por enquanto”.
O planeta K2-18b está localizado a 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão. Possui 8,6 vezes a massa terrestre e é 2,6 vezes maior. Relatórios anteriores já haviam identificado dióxido de carbono e metano em sua atmosfera. Ele é considerado um potencial exemplo de "mundo hycean" — planetas cobertos por oceanos de água líquida e com atmosferas ricas em hidrogênio, considerados propícios à vida microbiana.
As descobertas foram possíveis graças ao Telescópio Espacial James Webb, desenvolvido em parceria entre a NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA). O Webb é o mais avançado telescópio já lançado ao espaço e opera na faixa do infravermelho, permitindo a observação de exoplanetas com precisão sem precedentes.
Com informações do SBT News
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