Arcebispo de Salvador é cotado para ser novo papa, dizem jornais italianos
Os veículos, no entanto, indicam que as probabilidades de Sérgio da Rocha ser escolhido papa são remotas por ele ser latino-americano
Por Da Redação.
Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha é cotado para ser o novo papa, em substituição a Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos.
A probabilidade é apresentada por dois jornais italianos: o “Il Tirreno”, o “Zero Zero News” e o "Blitz Quotidiano". Os veículos, no entanto, indicam que as probabilidades de Sérgio da Rocha ser escolhido são remotas, principalmente pelo fato de os cardeais terem resistência a emplacar outro papa latino-americano na sequência – Francisco era argentino.
O nome de Dom Sérgio também foi tema de apuração da emissora CNN, cujas informações também indicam as poucas chances de ele ser eleito o novo papa.
“Se fosse colocar um brasileiro [na lista de cotados] seria ele, mas é difícil outro latino-americano depois de Francisco”, relatou uma fonte, à CNN.
Dom Sérgio era um dos nomes de confiança de Francisco. O arcebispo de Salvador fazia parte do C9, o Conselho de Cardeais, grupo composto por nove cardeais, considerado o mais importante de auxílio ao papa Francisco. Além disto, ele é considerado um nome progressista, da mesma corrente de pensamento de Francisco.
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Nomes que concorrem com Sérgio da Rocha
Segundo o Il Tirreno, entre os nomes mais mencionados para suceder o Papa Francisco estão cardeais de diferentes continentes e com perfis variados. Da Europa, ganham destaque os favoritos Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano, e Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana. Já da Ásia, o filipino Luis Antonio Tagle é apontado como uma escolha possível, simbolizando a força do catolicismo no continente.
Na África, Fridolin Ambongo Besungu, de Kinshasa, e Robert Sarah, da Guiné, aparecem como opções com visões distintas: o primeiro com foco na justiça social, e o segundo com perfil conservador. Também são citados o luxemburguês Jean-Claude Hollerich, o patriarca latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa, e o arcebispo de Marselha, Philippe Aveline.
A América Latina tem dois nomes mencionados pela imprensa internacional: além de Sérgio da Tocha, há Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus. Nos Estados Unidos, Wilton Gregory, primeiro cardeal afro-americano, e Blase Cupich, arcebispo de Chicago, são apontados como representantes de uma Igreja mais voltada aos desafios contemporâneos.
Cardeais cotados para novo papa
- Pietro Parolin (Itália) – Secretário de Estado do Vaticano, influente na diplomacia;
- Matteo Zuppi (Itália) – Presidente da Conferência Episcopal Italiana, defensor do diálogo social;
- Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Prefeito da Evangelização dos Povos, símbolo do catolicismo asiático;
- Jean-Claude Hollerich (Luxemburgo) – Defensor de mudanças no Catecismo sobre a homossexualidade;
- Pierbattista Pizzaballa (Itália) – Patriarca de Jerusalém, com atuação no Oriente Médio;
- Jean-Marc Aveline (França) – Arcebispo de Marselha, voz importante no diálogo inter-religioso;
- Mario Grech (Malta) – Cardeal maltês, alinhado à renovação pastoral;
- José Tolentino de Mendonça (Portugal) – Cardeal e poeta, destaque cultural no Vaticano;
- Wilton Gregory (Estados Unidos) – Arcebispo de Washington, primeiro cardeal afro-americano;
- Blase Cupich (Estados Unidos) – Arcebispo de Chicago, voz ativa nos desafios contemporâneos;
- Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo) – Atuação destacada na justiça social e ambiental;
- Robert Sarah (Guiné) – Ex-prefeito do Culto Divino, expoente do conservadorismo;
- Juan José Omella (Espanha) – Arcebispo de Barcelona, defensor de reformas no clero;
- Leonardo Steiner (Brasil) – Arcebispo de Manaus, ligado à causa amazônica;
- Sérgio da Rocha (Brasil) – Arcebispo de Salvador, celebrante de missa pelas vítimas da LGBTfobia.
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Arcebispo afasta especulações
Em entrevista coletiva realizada nesta quinta, Dom Sérgio afastou as especulações e ponderou não ser momento de discutir sobre o Conclave.
“Se vocês forem tomar os últimos Conclaves, desde o papa João Paulo I, observem quem eram os indicados segundo a mídia”, iniciou. “Observem que, de um modo geral, não se confirmou os nomes de quem estava sendo indicado, porque o que se passa num Conclave é ação de Deus”, acrescentou.
Ao comentar o legado do pontífice argentino, Dom Sérgio destacou a relevância dos gestos e ensinamentos de Francisco para além das fronteiras da Igreja.
“Posso dizer que os ensinamentos e os gestos do Papa Francisco repercutiram muito na igreja e no mundo não só pelas suas implicações internas na vida da igreja, mas pelo significado ético, religioso, político, de seus ensinamentos. Daquilo que ele fez, realizou e nos ensinou a fazer”, afirmou. “O jeito ‘simples’ do Papa encantou o mundo.”
Quem é Sérgio da Rocha
O arcebispo de Salvador fazia parte do C9, o Conselho de Cardeais, grupo composto por nove cardeais, considerado o mais importante de auxílio ao papa Francisco.
Aos 65 anos, Sérgio da Rocha tem trajetória marcada pela formação teológica e pela atuação em diversas frentes da Igreja Católica no Brasil. Natural de Dobrada, em São Paulo, foi ordenado padre em 1984. É mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma.
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Ao longo da carreira, atuou como diretor espiritual, professor e reitor do seminário diocesano de Filosofia de São Carlos (SP). Também exerceu funções na assessoria e coordenação de pastorais e lecionou na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas.
Sua trajetória episcopal começou em 2001, quando foi nomeado bispo auxiliar de Fortaleza. Em 2008, assumiu como arcebispo de Teresina e, três anos depois, foi transferido para a Arquidiocese de Brasília. Permaneceu na capital federal até 2020, quando foi nomeado para Salvador, em substituição a Murilo Krieger.
Criado cardeal pelo Papa Francisco em novembro de 2016, Sérgio da Rocha também presidiu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre 2015 e 2019.
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