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Polícia Federal investiga crime de racismo contra mulher em voo da Gol

Em nota, a Gol responsabilizou a passageira pela situação: "Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma Cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos"

Por Da Redação

Polícia Federal investiga crime de racismo contra mulher em voo da GolRedes Sociais

Neste domingo (30/4), a Polícia Federal instaurou um inquérito policial para apurar o caso da passageira Samantha Vitena, de 31 anos, retirada de um voo da Gol na última sexta-feira (28), em Salvador. A PF investiga se houve crime de racismo.


A passageira estava no voo 1575, com destino a São Paulo, quando começou a encontrar dificuldades para acomodar sua mochila no bagageiro interno da aeronave. Após ser auxiliada por outros passageiros, a baiana finalmente conseguiu guardar a bagagem, mas continuou a ser abordada por membros da tripulação, que exigiam que ela despachasse a bagagem. Samantha, que levava um notebook na mochila, se recusou, preocupada em danificar o equipamento. Na sequência, o comandante chamou a polícia.


Em um vídeo publicado nas redes sociais, Samantha Vitena aparece narrando a situação: “Os comissários não moveram um dedo para me ajudar. Quem me ajudou foi esse senhor e essa senhora e, em três minutos, a gente conseguiu dar um jeito de colocar a minha mochila”.


VEJA O VÍDEO: Passageira é retirada de voo em Salvador e jornalistas apontam racismo; Gol responde


Ela continuou: “Os comissários falaram para mim que se a gente pousasse em Guarulhos [o pouso seria em Congonhas], a culpa seria minha, porque eu não queria despachar a mochila. Ele teve a coragem de falar isso para mim. A culpa não é porque o voo está há mais de duas horas atrasado… a culpa seria minha, acreditam?”, ironiza, afirmando que havia guardado a mochila há mais de uma hora, mas, mesmo assim, o avião não decolou. “Agora tem três homens [agentes da Polícia Federal] para me tirar do voo, sem me falar o motivo” – nesse momento, algumas pessoas se manifestam, falando que a situação era absurda.


“Eu perguntei qual era o motivo e ele disse que não vai falar, e que se eu não sair desse voo ele vai pedir para todo mundo sair, porque eu estaria desobedecendo e cometendo um crime”, continua, até ser interrompida por um dos agentes da Polícia Federal (PF): “A senhora está faltando com a verdade. Eu não lhe disse isso. Eu lhe disse que estava lhe tirando da aeronave por determinação do comandante”. Samantha, então, rebate: “Então você pode me explicar o motivo?”, ao que o agente vai se aproximando dela e fala: “A partir de agora, a senhora me acompanha”.


Com a aproximação do policial federal, a passageira questiona: “O senhor vai me violentar? Pode me explicar o motivo?”. Outras pessoas pedem para chamar o comandante e o mesmo agente pede para Samanta sentar, ao que ela obedece e o homem determina: “Pede para todo mundo sair da aeronave, por gentileza”. Nesse momento, algumas pessoas protestam, falando que Samantha não vai ficar sozinha. “Isso é racismo”, dizem.


Depois, um segundo agente da PF fala para Samantha que o motivo de sua saída seria “a segurança do voo”. A jornalista Elaine Hazin pergunta se a mulher havia agredido alguém, mas não obtém resposta.


Após mais alguns minutos, Samantha diz que vai sair do avião. “Ok. Então eu saio, eu desço. Não quero atrapalhar o voo de ninguém, não”. Em seguida, Elaine afirma que está com medo de que Samantha saia sozinha e o vídeo é encerrado.


O que diz a Gol


Procurada pelo Aratu On, a Gol enviou um comunicado sobre o caso, afirmando que “as acomodações das bagaens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. Confira:


A GOL informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador – Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos Clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma Cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo.


Lamentamos os transtornos causados aos Clientes, mas reforçamos que, por medidas de Segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A Companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a GOL e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso.


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