Julgamento de Kátia Vargas deve durar, pelo menos, dois dias; Saiba como vai funcionar
Julgamento de Kátia Vargas deve durar, pelo menos, dois dias; Saiba como vai funcionar
Está tudo pronto para o início do júri popular que vai decidir a sentença da oftalmologista, Kátia Vargas, acusada de provocar as mortes dos irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes, após uma discussão de trânsito, ocorrida, em 2013, no bairro de Ondina, em Salvador.
O julgamento está previsto para acontecer na próxima terça-feira (5/12), no Fórum Ruy Barbosa, e deve começar às 8h. Na tarde de hoje (29/11), a juíza, Gelzi Maria Almeida, que vai presidir o Tribunal, recebeu a imprensa na Sala do Júri, quando esclareceu alguns detalhes do funcionamento deste julgamento.
Segundo a magistrada, devido a repercussão atingida pelo caso, existe uma expectativa de que os trabalhos devam se estender por, pelo menos, dois dias. É esperado que o plenário esteja lotado e, por isso, algumas medidas foram adotas para que a ordem seja mantida.
LEIA MAIS: NOVO CAPÍTULO: Julgamento de Kátia Vargas é adiado a pedido da defesa; Acusação se diz surpresa
A juíza informou que o Tribunal de Justiça vai instalar um protocolo de segurança com distribuição de senhas para todos os presentes, que serão, devidamente, cadastrados. Além disso, o policiamento será reforçado e haverá um isolamento entre a plateia e os envolvidos no julgamento.
Não será permitido, no plenário, qualquer tipo de manifestação, principalmente, alusivas tanto às vítimas quanto à acusada. O número de senhas distribuídas equivale à capacidade total do espaço que comporta 432 pessoas sentadas. A presidente do Júri ressaltou que foi garantida uma quantidade igual de senhas para os familiares dos irmãos e da médica, sendo nove para cada.
A defesa de Kátia Vargas terá 27 lugares reservados, mesmo número disponibilizado para a acusação. O restante das cadeiras será preenchido pelo público que tiver interesse em acompanhar o júri. Essas pessoas terão, apenas, a manhã do dia 1º de dezembro, das 8h às 11h, para fazer o cadastramento no Fórum das Famílias, em Nazaré.
Sem discutir o mérito do processo, a magistrada detalhou os passos do julgamento no Tribunal do Júri. Inicialmente, ela explicou que o ?Caso Kátia Vargas? foi a júri popular, após ser proferida a decisão chamada de Pronúncia, que é a admissibilidade da acusação, depois de ter sido verificada a prova da existência do fato e indícios que, em tese, apontem a autoria do crime.
A juíza ressaltou que toda decisão do júri é soberana e a sua conclusão será feita com base nas respostas fornecidas pelos jurados, que se posicionarão, através de votações, diante de questões apresentadas tanto pela acusação quanto pela defesa da ré.
LEIA MAIS: REUNIÃO DE PAUTA: A dois meses do julgamento de Kátia Vargas, programa esclarece dúvidas sobre júri
No início da sessão serão sorteados sete jurados entre 25 pessoas que foram sorteadas, anteriormente, e fazem parte de um grupo de 1500 nomes de uma lista geral escolhida, anualmente, dentro dos mais variados segmentos da sociedade. ?Vão a júri popular, os acusados de terem cometido crimes dolosos contra a vida e essas pessoas têm que ser julgadas por semelhantes?, explicou a juíza.
Após a formação do Conselho de Sentença é feito um juramento e, a partir daí, os jurados ficam incomunicáveis, não podendo manifestar opinião sobre o processo. Em seguida, começa a instrução em plenário, quando são ouvidas as testemunhas da acusação e de defesa, e, por fim, a ré.
Depois da instrução, começam os debates. O Ministério Público e o assistente de Acusação falam primeiro, utilizando, juntos, o tempo de uma hora e meia. Depois fala a defesa, também com o mesmo tempo. Em seguida, o MP pode recorrer à réplica e terá uma hora para tal. Se utilizada, a defesa tem direito à tréplica, pelo mesmo prazo.
Encerrados os debates, a juíza vai ler os quesitos que serão postos em votação. Logo após, reúnem-se em sala secreta: a presidente, os sete jurados, o promotor de justiça, o assitente de acusação e o advogado da defesa. São distribuídas cédulas com as palavras ?sim? e ?não? para cada jurado. A juíza formula os quesitos e os jurados depositam em uma urna as cédulas com suas respostas.
A magistrada fez questão de frisar que, durante a contagem dos votos, cada quesito é decidido, tão logo se alcance a maioria, neste caso de quatro respostas iguais, com o intuito de preservar a integridade dos jurados. Encerrada a votação, de acordo com a decisão proferida pelos jurados, a juíza irá elaborar a sentença, que será lida no Plenário, onde é lavrada a ata do julgamento.
Segundo a presidente do júri, se condenada, em caso de homicídio qualificado, Kátia Vargas pode pegar de 12 a 30 anos de reclusão. Porém, isso não quer dizer que ela sairia presa, ao fim deste julgamento. Para a sentença, qualquer que seja, há possibilidades de recurso tanto para a defesa, quanto para acusação.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuonline.com.br/aovivo e no facebook.com/aratuonline.