'Hitler da Bahia': soldado liderava rede de estupro virtual e pedofilia
Militar que usava o nome de 'Hitler da Bahia' foi preso em novembro de 2024 pelos crimes
Luis Alexandre de Oliveira Lessa, um soldado de 20 anos que se autointitulava "Hitler da Bahia" em plataformas como Discord e Telegram, liderava um grupo de jovens que praticou estupro virtual, pedofilia e "violência por diversão". Lessa foi preso em Salvador, em novembro de 2024, mas os detalhes sobre a investigação foram divulgados nos últimos dias.

Hliter da Bahia foi preso em novembro de 2024. Foto: Reprodução
A Operação Nix, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), desmantelou o grupo virtual "Panela Country", que contava com mais de 600 membros. As investigações começaram um mês antes da prisão de Lessa, após uma denúncia anônima.
A ação percorreu vários estados, incluindo São Paulo, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal, resultando na apreensão de três adolescentes envolvidos, conforme informações do Uol.
O grupo foi fundado por dois menores de idade, conhecidos como Inative e Nêmesis, mas Lessa — também chamado de "Sagaz" — emergiu como um dos principais líderes, sendo o único maior de idade entre os membros mais influentes, como Vitin, Lunatic e Maverick. Outro integrante, Zeinpod, era responsável pelos grupos de estupro virtual ligados à comunidade.

Troca de mensagens entre os membros do
Crimes cometidos
Segundo a SSP-SP, os membros do grupo "tratavam a violência como forma de diversão", cometendo uma série de crimes graves. Entre as práticas identificadas estão a chantagem sexual e a exposição não consentida de imagens íntimas, além de cyberbullying e perseguição a mulheres e adolescentes. O grupo também promovia sessões de tortura de animais, que eram gravadas, e invadia sistemas policiais para obter dados sigilosos.
Lessa, que ingressou no Exército em março de 2024, usava sua patente militar para se promover no grupo. Fotografias incluídas na denúncia o mostram fardado. Ele foi afastado por problemas no joelho, alegando que a lesão era decorrente do serviço militar — argumento refutado pela Advocacia-Geral da União (AGU), que comprovou que sua condição física era anterior ao alistamento.

Lessa usava patente militar para se promover no grupo. Foto: Reprodução
Rituais de violência e extorsão
Para ganhar status no grupo, os membros eram submetidos a rituais, como: automutilação com objetos cortantes, gravando a palavra "panela" em regiões íntimas (coxas, glúteos e genitálias); Fornecimento de imagens comprometedoras como "prova de lealdade", que depois eram usadas para extorsão; Ataques coordenados contra vítimas, incluindo adolescentes.
Um dos casos mais graves envolveu uma jovem de 16 anos, cujas fotos íntimas e dados pessoais foram expostos no grupo "Tribunal Federal Country". Lessa teria mobilizado os membros para perseguir a vítima e sua família, enviando mensagens ameaçadoras e realizando ligações em massa.
'Hliter da Bahia'
Lessa foi denunciado por pedofilia, violência psicológica, cyberbullying, perseguição, incitação ao crime, divulgação de pornografia e invasão de sistemas policiais. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou um pedido de habeas corpus, mantendo-o preso. O Aratu On tentou contato com o TJ-BA, que atribuiu a prisão de Lessa à Seap.
Inicialmente detido no 6º Batalhão de Polícia do Exército, ele foi transferido para uma penitenciária comum após decisão judicial. A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), para confirmar a informação, mas até o momento, não houve resposta.
Leia Mais: Vereador retira projeto sobre programa de aborto legal em Salvador
Siga a gente no Insta, Facebook, Bluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).