GREVE GERAL: Vereador diz que aprovação de impeachment pode gerar paralisação nacional
GREVE GERAL: Vereador diz que aprovação de impeachment pode gerar paralisação nacional
Ainda sob o impacto da votação do processo de impeachment na tarde/noite do último domingo (17/4), o vereador Gilmar Santiago, do Partido dos Trabalhadores, sinalizou um cenário nada promissor para o futuro. Em entrevista ao Aratu Online, ele confirmou a possibilidade de uma greve geral caso um governo comandado por Michel Temer, o vice que almeja a cadeira de presidente, seja confirmado.
?Eu apenas repercuto a fala de vários dirigentes sindicais. Mais de 80% das categorias fecharam acordos com ganhos reais entre 2003 e 2014. Há um temor que se volte aos tempos de Fernando Henrique Cardoso?.
Como exemplo, ele cita as manifestações, das mais variadas categorias, realizadas na última sexta-feira (15/4). ?Os trabalhadores têm uma pauta específica, mas existe também uma pauta nacional, que é política. Não tenho dúvidas de que um governo Cunha-Temer é um retrocesso?.
Sobre as cenas protagonizadas em Brasília, Gilmar tem uma posição crítica e contundente. Para ele, ?foi o espetáculo mais horroroso? já visto no Congresso. Duro, ele cita que parte do grupo que foi à tribuna da casa é composta por ?bandidos e ladrões?.
?Mais de 100 que votaram a favor do impeachment respondem a processos no STF. O que houve ontem (domingo) foi um julgamento político. Ninguém analisou as causas da instalação do processo, as pedaladas fiscais. Aqui não vigora o parlamentarismo, no qual você pode mudar um governo que te desagrada, mas o presidencialismo?.
E ao analisar a conjuntura do Senado, que assume a condução do processo de impeachment a partir de agora, Santiago prevê dias complicados para o governo Dilma. ?Pela minha experiência, pela configuração do Parlamento, não dá pra ter muita expectativa. Esta composição de senadores nunca atingiu 2/3 em votações de projeto (número necessário para a aprovação do processo) a não ser por acordo, mas não dá pra prever?.
Para ele, a única saída é uma mobilização social contrária à derrubada do governo petista. ?As classes menos favorecidas precisam ir às ruas mostrar a sua indignação. Mostrar que não são representadas por essa classe média branca, que no geral comandou as manifestações contra o governo. Para mim, esse é o único caminho?.