Garçom agredido contesta versão da polícia: ?Não faço programa. Foi homofobia sim?
Garçom agredido contesta versão da polícia: ?Não faço programa. Foi homofobia sim?
Desde o último domingo (3), o garçom Romário Ferreira da Silva, 26, vive preso a um pesadelo que parece não ter fim. Ele conta ter sido agredido com um caco de garrafa em um exemplo clássico de homofobia.
“Bichinha, respeite homem”, teria dito seu agressor, antes de obrigá-lo a tirar todas as peças de roupa e levar os R$ 35 que carregava na carteira.
O crime, relata, aconteceu em Itapuã, bairro onde trabalha.
A polícia minimizou o atentado. O delegado Antônio Carlos Santos ventilou a hipótese, baseado em depoimento de testemunhas, que Romário teria sido agredido após combinar um programa com um cliente.
“Se a polícia está dizendo isso, quem sou eu então para falar? Só posso dizer que foi um assalto, eu trabalho e não tenho envolvimento com prostituição”, disse o garçom, emocionado.
Em conversa por telefone, Romário mostrou-se muito abalado. Em determinado momento da conversa a ligação caiu. Retornamos o contato e uma voz feminina atendeu do outro lado da linha.
Carla Pereira de Amaral, dona do estabelecimento onde trabalha o garçom, disse que seu funcionário não tinha mais condições de psicológicas de falar sobre o assunto. “Ele está tomando remédio controlado e recebendo ajuda dos amigos”, afirmou.
?A polícia quer mostrar trabalho onde não tem. Até o momento o suspeito não foi preso, ele não precisa fazer programa. Romário trabalha comigo e em mais outro estabelecimento. Além disso, tem testemunhas que podem comprovar sua versão?, reforçou a proprietária.
O Grupo Gay da Bahia (GGB) conversou na última terça-feira com o Aratu Online e se posicionou a respeito do caso. ?A polícia está errada. Ela comete um grave erro que é desqualificar a vítima?, avaliou Marcelo Cerqueira, presidente da entidade.