CONFUSÃO: Com direito a “dedo no rosto”, Deputados brigam durante debate
CONFUSÃO: Com direito a “dedo no rosto”, Deputados brigam durante debate
Um tumulto ocorreu, nesta quarta-feira (14/9), no Plenário da Câmara dos Deputados, durante a comissão geral que discute a violência contra mulheres e meninas no Brasil e a cultura do estupro.
Vice-presidente da OAB-DF, a debatedora Daniela Teixeira defendeu a condenação do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) sob a acusação de apologia do estupro. O parlamentar pediu a palavra por ter sido citado pela debatedora, mas não foi atendido pela deputada que presidia a sessão, Maria do Rosário (PT-RS).
Segundo ela, os parlamentares inscritos falariam em outro momento do debate. Bolsonaro dirigiu-se à Mesa e protestou, gritando e com o dedo em riste, contra a decisão. Maria do Rosário pediu respeito quando uma mulher preside a Mesa e disse que não se renderia a ?atitudes intimidatórias?.
DEFESA
Após a conclusão da fala da última convidada para o debate, Bolsonaro falou na tribuna e defendeu-se da acusação de apologia do estupro. Referindo-se ao caso de Liana Friedenbach, estuprada e morta em 2003 em Embu (SP), Bolsonaro disse que na ocasião saiu em defesa da vítima.
O deputado também criticou a atuação de Maria do Rosário naquela época. E acusou a deputada de defender o cunhado, que seria estuprador. A parlamentar não quis se manifestar, por estar presidindo a sessão.
Para Bolsonaro, a realização da comissão geral seria um desserviço a mulheres vítimas de violência. Ele defendeu a castração química do estuprador e criticou a defesa dos direitos humanos dos acusados de estupro.
O parlamentar também criticou a defesa da discussão de gênero nas escolas, afirmando que estimula o sexo precocemente. Para o parlamentar, não existe cultura do estupro, e sim a cultura da impunidade.
CRÍTICAS
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) afirmou que o projeto de castração química de acusados de estupro (PL 5398/13) não ajuda a coibir ou prevenir o crime. Segundo ela, o projeto ajuda que o criminoso possa sair da cadeia, já que permite ao condenado optar por castração química como remissão da pena.
O deputado Chico Alencar (PSol-RJ) criticou a tentativa de intimidação da deputada Maria do Rosário e disse que isso não ocorre quando homens estão presidindo a sessão. Ele elogiou a firmeza da deputada na condução dos trabalhos e defendeu uma escola livre para discutir a igualdade de gênero.
Fonte: Agência Câmara
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados