‘CENSURA’: Polícia turca dispersa manifestantes após apreensão de jornal Zaman
‘CENSURA’: Polícia turca dispersa manifestantes após apreensão de jornal Zaman
O sábado está sendo marcado por muita confusão na Turquia. Isto porque, novos confrontos com a polícia e temores sobre a liberdade de imprensa acontecem um dia após à tomada do maior jornal do país (o Zaman), a pedido do Ministério Público do país.
Agentes levantaram barricadas, além de usar gás lacrimogênio e canhões de água, para enfrentar cerca de 500 pessoas que protestam no entorno da sede do periódico. Na noite de ontem (4/3), quando o Zaman foi colocado sob tutela judicial, a polícia invadiu escritórios da publicação.
As ações contra o veículo e outros meios de comunicação do mesmo grupo levantaram medo de que a liberdade de imprensa na Turquia seja comprometida. Apesar de conservador e alinhado à religião islâmica, o diário se opõe ao presidente Recep Tayyip Erdogan. Fethula Gulen, clérigo vinculado ao jornal, é acusado de tentar derrubar o governo. Contudo, ainda não há uma justificativa oficial para o pedido do MP.
Na sua edição de hoje (5/3), impressa antes da execução da ordem judicial, o diário apresenta uma capa em preto com a manchete: ?Dia vergonhoso para liberdade de imprensa na Turquia?. A publicação afirma ainda que “A Constituição está suspensa”.
Funcionários do jornal estão tendo de se identificar às autoridades para entrar no edifício neste sábado (5/3). Os administradores designados pelas autoridades para tomar o controle da publicação já assumiram suas funções. O jornal tem circulação de cerca de 650 mil exemplares por dia.