Brasil suspende emissão de vistos de trabalho temporário para trabalhadores da BYD
Os trabalhadores da BYD eram vinculados ao grupo Jinjiang, que negou qualquer irregularidade
O governo brasileiro decidiu suspender a emissão de vistos temporários de trabalho para a fabricante chinesa de veículos elétricos e híbridos BYD (Build Your Dreams). A informação foi divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Ministério das Relações Exteriores.
A decisão ocorre poucos dias após autoridades trabalhistas identificarem 163 trabalhadores chineses em condições “análogas à escravidão” em um canteiro de obras da fábrica da BYD em Camaçari, na Bahia. Os trabalhadores eram vinculados ao grupo Jinjiang, que negou qualquer irregularidade.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, esses trabalhadores chegaram ao Brasil com vistos temporários do tipo 5, destinados a profissionais com formação e experiência específicas para atuar em funções no país.
Fiscais do Ministério Público do Trabalho apontaram que os trabalhadores foram trazidos de forma irregular e seriam vítimas de tráfico humano, o que motivou o pedido de suspensão dos vistos.
De acordo com uma fonte ouvida pela Reuters, o Ministério da Justiça fez a solicitação ao Itamaraty no dia 20 de dezembro, três dias antes da operação na fábrica ser divulgada. O pedido foi direcionado à embaixada brasileira em Pequim, responsável por processar as emissões.
Procurada, a BYD não se manifestou sobre o caso até o momento.
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O que aconteceu na fábrica da BYD em Camaçari?
Em novembro e dezembro de 2024, foram identificadas graves irregularidades nas condições de trabalho no canteiro de obras da montadora BYD em Camaçari, região metropolitana de Salvador (RMS). Uma força-tarefa resgatou 163 trabalhadores, principalmente chineses, em situação análoga à escravidão. Entre as irregularidades constatadas estavam alojamentos precários, condições degradantes de trabalho e retenção de documentos.
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