Abate de frangos e produção de ovos e leite batem recordes na Bahia em 2020; corte bovino foi o mais baixo em 14 anos
O abate de suínos, por outro lado, teve retração na Bahia (-0,8%) de 2019 para 2020
A população baiana preferiu o frango a carne bovina em 2020, segundo o resultado das Pesquisas Trimestrais da Pecuária divulgados nesta quinta-feira (18/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A Bahia quebrou recordes tanto nesse setor quanto na produção de leite e de ovos, enquanto o abate de bovinos e suínos caiu no estado.
ANIMAIS
O abate de frangos avançou 6,6% em relação a 2019, chegando a um novo recorde histórico para o estado, com maior valor desde 2006. Esse foi o sexto crescimento anual consecutivo no abate de frangos na Bahia. No Brasil como um todo, 2020 também foi ano de recorde no abate de frangos. Segundo o IBGE, como a ave tem valor mais acessível do que as demais e não teve destaque na pauta de exportações do Brasil em 2020, é possível considerar que boa parte do aumento no abate foi destinado ao consumo interno.
Já o abate de bovinos teve queda histórica de 2019 para 2020, de -19,8%, na Bahia: 958.899 cabeças. Esse é o maior recuo da série histórica do IBGE, iniciada em 1997, e que representou menos 237.151 cabeça abatidas em um ano. A pesquisa mostrou que essa foi a primeira retração no estado após três anos de variações positivas no corte de gado, o que resultou no menor número de animais abatidos em 14 anos, desde 2006.
Essa foi também a maior queda percentual entre todos os 24 estados com informações sobre abate de bovinos no ano passado. No país como um todo, em 2020, foram abatidas 29,7 milhões de cabeças de bovinos em estabelecimentos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal). Houve queda de 8,5% em relação a 2019, após três anos de crescimento na atividade.
Em 2020, verificou-se o chamado ciclo de alta na bovinocultura. O preço da arroba subiu, o bezerro, um dos principais insumos de produção, estava escasso e valorizado, o que levou os criadores a deixar de abater as fêmeas, poupando-as para a criação de bezerros.
Por outro lado, de 2019 para 2020, o abate de suínos teve retração na Bahia (-0,8%). Foram abatidos 1.170 animais menos do que no ano anterior, quando o estado havia registrado seu recorde nessa atividade desde 1997. No restante do país, houve um novo recorde, quando foram abatidas 49,3 milhões de cabeças de suínos em 2020, um recorde nacional, com aumento de 6,4%. Desde 2005, ocorrem altas ininterruptas do abate de suínos no Brasil.
LEITE
A aquisição de leite foi outro destaque positivo da produção pecuária da Bahia, em 2020, batendo um novo recorde e chegando ao seu patamar mais alto em 23 anos, ou seja, desde 1997. No ano passado, ela apresentou o quarto aumento consecutivo (+22,3%) e chegou a 564,512 milhões de litros de leite adquiridos pelos estabelecimentos de laticínios sob algum tipo de inspeção sanitária no estado, cerca de 103 milhões de litros a mais que em 2019.
No país como um todo, os laticínios sob serviço de inspeção sanitária captaram 25,5 bilhões de litros em 2020, 2,1% a mais do que em 2019. A Bahia respondeu por 2,2% de todo o leite adquirido no país. O estudo ressalta que o ano foi marcado por variações na demanda por produtos lácteos, influenciada pelas restrições impostas por conta do isolamento social e pela valorização do leite, acompanhada do aumento dos custos de produção do setor.
OVOS
Com forte crescimento de 2019 para 2020, a produção de ovos também foi recorde na Bahia, ficando em 58,327 milhões de dúzias - maior quantitativo em 19 anos, desde 2001, quando foi iniciada a série histórica do IBGE no estado. A produção foi 31% maior que que o ano anterior, o que representou mais 13,798 milhões de dúzias em um ano. O avanço ocorreu após dois anos seguidos em queda.
A produção brasileira de ovos de galinha foi de 4 bilhões de dúzias em 2020, 3% maior que a de 2019. Para os pesquisadores, o resultado foi influenciado pelo aumento do consumo do produto em meio à recessão instaurada por conta da pandemia, por se tratar de uma proteína de valor mais acessível em comparação às carnes.
Houve aumento de produção em 18 das 26 unidades da Federação com granjas enquadradas no universo da pesquisa. O crescimento absoluto na Bahia (+13,8 milhões de dúzias) foi o terceiro mais intenso entre os estados produtores, respondendo, em 2020, por 1,5% do total do país.
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