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“A rapidez excessiva gera estranhamento”, diz jurista da UFBA sobre processo de Lula

“A rapidez excessiva gera estranhamento”, diz jurista da UFBA sobre processo de Lula

Por Da Redação

“A rapidez excessiva gera estranhamento”, diz jurista da UFBA sobre processo de LulaReprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem pouco menos de 5 horas para se entregar, nesta sexta-feira (6/4), à Polícia Federal, em Curitiba, após ter sido julgado e condenado pelo “Caso Tríplex”, em segunda instância. A denúncia ‘corre’ na Justiça desde 2016 e o mandado de prisão foi expedido nesta quinta-feira (5/4) pelo juiz Sérgio Moro. Atitude criticada pelo Partido dos Trabalhadores, que por meio de nota, classificou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) como inconstitucional.


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Em contato com o Aratu Online,  o professor de direito constitucional da UFBA, Gabriel Marques, explicou que o princípio da Constituição Federal que dizia que alguém só deveria ser preso quando não couber mais qualquer recurso, foi alterado em 2016. O STF mudou o entendimento e passou a considerar a prisão em segunda instância.


“A princípio o objetivo era combater a impunidade e a prescrição de crimes. A gente sabe que tem réus que tem ótimos advogados, que conseguem levar o caso até a última instância, então demorava muito ao ponto de prescrever e, portanto, traz impunidade. Então, em resumo, a prisão pode acontecer em segunda instância e não precisaria esperar o trânsito em julgado. Para mim essa alteração não acompanha a Constituição, eu acho que o mais certo é aguardar o trânsito em julgado”, disse Marques.


Para ele, o julgamento ter sido discutido em concreto — quando o processo é discutido de forma específica e não abstrata, quando é julgado como os demais processos que chegam à Corte — fez toda diferença no resultado. “Eu costumo dizer para meus alunos que a decisão foi fundamentada, mas precária. Porque o que faltou foi a ministra Carmen Lúcia pautar as discussões para o Supremo revisar o tema antes de votar”.


Marques conclui dizendo que a rapidez do processo causou certa estranheza na Justiça. “O país é marcado pela demora com que se dá os processos que correm, então essa rapidez excessiva gera estranhamento. Agora a defesa deve traçar todas as estratégias jurídicas possíveis para livrar o ex-presidente. Nos resta também aguardar a decisão do ministro Marco Aurélio, se ele decidir que o Supremo tem outro entendimento e conceder uma nova liminar, a prisão de Lula pode ser paralisada, caso aconteça hoje. Mas não sabemos quando, nem se, ele vai se pronunciar”.



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*Publicada originalmente às 14h38 (6/4)




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