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Bolsonaro defende "novo" Bolsa Família; "se não faço, sou omisso. Se faço, estou pensando em 2022"

Bolsonaro defende "novo" Bolsa Família; "se não faço, sou omisso. Se faço, estou pensando em 2022"

Por Da Redação

Bolsonaro defende "novo" Bolsa Família; "se não faço, sou omisso. Se faço, estou pensando em 2022"Antônio Cruz / Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou suas redes sociais, na manhã desta terça-feira (29/9), para se defender das avaliações de que o Governo Federal estaria usando atalhos para burlar o teto de gastos e criar o programa Renda Cidadão - ampliação do Bolsa Família - de olho nas eleições de 2022. O chefe do Executivo afirmou ainda que a responsabilidade fiscal e o teto são os "trilhos da economia".




"Os responsáveis pela destruição de milhões de empregos agora se calam. O meu governo busca se antecipar aos graves problemas sociais que podem surgir em 2021, caso nada se faça para atender a essa massa que tudo, ou quase tudo, perdeu", escreveu o presidente em suas redes sociais.


"A responsabilidade fiscal e o respeito ao teto são os trilhos da Economia. Estamos abertos a sugestões juntamente com os líderes partidários", completou. 


Nesta última segunda (28/9), Bolsonaro, ao lado dos líderes do governo no Congresso e do ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a criação de um programa de ampliação do Bolsa Família, o Renda Cidadã. A proposta prevê o uso de parte dos recursos do Fundo de Desenvolvimento d Educação Básica (Fundeb) e parte dos recursos destinados a pagamentos e precatórios - dívidas de ações judiciais a serem pagas a pessoas físicas e jurídicas depois das sentenças definitivas -, para financiar o programa social.


O anúncio teve uma reação negativa do mercado, com queda da bolsa de valores, subida do dólar e dos juros futuros, e foi vista por analistas como um drible no teto de gastos, mirando uma possível reeleição em 2022. Os líderes também revelaram que não há acordo ainda sobre a reforma tributária, mas já se prepara uma proposta de recriação da CPMF - agora com outro nome-- com alíquota de 0,2% sobre todas as transações financeiras.


Bolsonaro creditou a reação às propostas a um suposto incômodo de adversários ao aumento de sua popularidade em pesquisas.


"Minha crescente popularidade importuna adversários e grande parte da imprensa, que rotulam qualquer ação minha como eleitoreira. Se nada faço, sou omisso. Se faço, estou pensando em 2022", escreveu o presidente."Na verdade, estou pensando é em 2021, pois temos milhões de brasileiros que perderam seus empregos ou rendas e deixarão de receber o auxílio emergencial a partir de janeiro 2021."


O governo calcula que pelo menos 5 milhões de pessoas que recebem o auxílio emergencial não conseguirão voltar ao mercado de trabalho até dezembro, quando será paga a última parcela. O benefício, pago depois do início da epidemia de coronavírus, foi o principal responsável pelo aumento da popularidade de Bolsonaro, especialmente entre os mais pobres, segundo analistas.


"A política do 'fique em casa que a economia a gente vê depois' acabou e o 'depois' chegou. A imprensa, que tanto apoiou o 'fique em casa', agora não apresenta opções de como atender a esses milhões de desassistidos", escreveu o presidente.


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