MP apura se ex-prefeito baiano usou moradores como "laranjas" em esquema milionário; político quer reeleição

Moradores da cidade de Paramirim, a 650 km de Salvador, acusam o ex-prefeito e atual candidato ao pleito, o médico Júlio Bittencourt, de usá-los como "laranjas" em esquemas milionários, entre os anos de 2013 e 2016.

Nos últimos dias, uma lista com remunerações - supostamente repassadas às vítimas - começaram a circular nas redes sociais. Dados como o CPF dos cidadãos aparecem em listas de pagamentos de serviços prestados à Prefeitura. O valor total dos pagamentos é de R$ 10,4 milhões.

Com a repercussão e as denúncias, o Ministério Público Estadual (MP-BA) abriu investigação para apurar o suposto esquema. Algumas pessoas já começaram a ser ouvidas nesta semana.

Em vídeo obtido pelo Aratu On, um morador fala que, entre abril de 2016 e agosto de 2017, consta em registro oficial que ele trabalhou como auxiliar de serviços gerais em um posto de saúde da região, o qual, segundo ele, nem sabe onde fica. O homem afirma, ainda, que estava residindo em outra cidade no período informado. "Como fizeram pra adquirir meu CPF pra colocar nessa lista?", questiona.

A lista de pagamentos da Prefeitura relacionados à prestação de serviços é pública e está disponível no portal da Transparência Municipal e no portal do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM).

Em vídeo publicado no dia 16 de junho, na sua página no Facebook, Dr. Júlio, como é conhecido o ex-prefeito e atual candidato, disse que sempre foi correto no que diz respeito aos gastos públicos. "Se procuram um desonesto, um ladrão, que procurem em outros endereços", fala. "Ficou provado que tenho tido, durante todo o tempo de mandato, o compromisso e, certamente, é dessa forma, também, que eu levo a minha vida", complementa.

A legenda diz "Esclarecimentos e satisfação a meus conterrâneos!", mas o político não especifica ao que se refere. Clique aqui para assistir.

A reportagem do Aratu On tentou entrar em contato com o candidato à reeleição, mas não obteve retorno até a publicação desta nota.

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