Prefeito de São Paulo confirma que famílias na região da Cracolândia serão despejadas; Ministério Público é contra
Prefeito de São Paulo confirma que famílias na região da Cracolândia serão despejadas; Ministério Público é contra
Rovena Rosa/Agência BrasilO prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB-SP), confirmou nesta quinta-feira (30/7) em coletiva de imprensa, que as famílias da região da Cracolândia, que fica no centro da cidade, serão despejadas. A ação prevê a retirada de, ao menos, 190 famílias que vivem em pensões, hotéis e cortiços na área para que os imóveis sejam demolidos. Os terrenos devem ser usados para a construção de unidades habitacionais.
Covas declarou que a ação já estava prevista e que o despejo faz parte de um programa de requalificação do local "para tentar diminuir o fluxo que está lá presente". "Uma preocupação extra no momento em que se deve evitar aglomerações. Então, é um trabalho contínuo que a prefeitura desenvolve naquele espaço, que não vem de agora e que continua mesmo durante a pandemia", explicou o prefeito.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP), no entanto, enviou outro ofício recomendando que a prefeitura não prossiga com a ação e pedindo para que as pessoas possam permanecer nos imóveis das quadras na Cracolândia.
Os promotores da área de habitação, Marcus Vinícius Monteiro e Roberto Pimentel, solicitaram que o executivo suspenda os despejos enquanto durarem as regras de isolamento social determinadas pelos órgãos públicos de saúde. Eles alegaram que a medida pode aumentar a vulnerabilidade dessas famílias e contribuir para a disseminação da Covid-10 na capital paulista.
“Medidas administrativas ou judiciais que, nesse momento, implicam em colocar nas ruas da cidade milhares de pessoas vulneráveis contrariam todas as determinações sensatas emanadas pelas agências de saúde. As ruas constituem um ambiente precário. Nelas, as pessoas não têm condições de protegerem a si mesmos nem a comunidade”, diz trecho do ofício.
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