QVP: Paulo Carneiro abre o jogo sobre as finanças do Vitória, alfineta o Bahia e diz que futebol não volta "antes de junho"
QVP: Paulo Carneiro abre o jogo sobre as finanças do Vitória, alfineta o Bahia e diz que futebol não volta "antes de junho"
O presidente do Vitória, Paulo Carneiro, participou na manhã desta quarta-feira (29/4), do programa QVP, da TV Aratu. O gestor do rubro-negro conversou com os apresentadores Casemiro Neto e Pablo Reis. No bate-papo, Carneiro respondeu sobre a possibilidade de retorno da Copa do Nordeste - suspensa desde o último dia 17 de março - com partidas a serem realizadas em 10 dias em uma única sede (Recife). O presidente afirmou não ter "ainda uma posição definitiva".
"Essa questão da Liga do Nordeste eu não tenho uma posição definitiva. Houve uma sugestão do presidente da Liga, Eduardo Rocha. Eu hoje vou ter uma posição mais clara a respeito disso. Já estou agendando uma conversa com o presidente da Federação Bahiana de Futebol quanto ao retorno do Estadual. Quanto à questão da Copa do Nordeste, há uma intenção da CBF, como sugestão. Ela está se eximindo de responsabilidade, colocando a decisão nas mãos das Federações de voltar. Porquê? Porque enquanto não se resolver a questão da hotelaria e de voos, não tem como fazer uma competição nacional. No caso da Copa do Nordeste é a mesma coisa. Tem graves problemas de voos, mesmo num nível regional, onde os roteiros são menores", explicou.
A Casemiro Neto, Paulo Carneiro não se mostrou esperançoso. "Eu acho que, pelo que está crescendo a letalidade (da Covid-19), antes de junho não vai acontecer nada. Vamos ver a conversa que vou ter hoje (29/4) com a Federação Bahiana, mas acho que até junho não deve ter nada". Carneiro fez questão de ressaltar, ainda, que mesmo em meio à pandemia do coronavírus, o Vitória se prepara discutindo "o protocolo de retorno", que tem ser chancelado pelos órgãos de saúde municipal e estadual. "Nós não faremos nada que não esteja alinhado com a prefeitura e o Governo do Estado"
ASSISTA ENTREVISTA:
ARRECADAÇÃO
Questionado pelo apresentador Pablo Reis sobre como a direção do clube está enfrentando a ausência de arrecadação, Paulo Carneiro foi enfático. "No caso do Vitória, temos dois tipos de receitas: do sócio e do torcedor que não é sócio. Essa receita de torcedor do Vitória, nos últimos anos, tem sido residual. Então, o Vitória não vive com a receita do torcedor, que compra o ingresso, vive da receita do Sócio. O sócio tem dado uma demonstração de resiliência muito grande. Na última atualização que fizemos, no dia 15 de abril, nós perdemos sócios, mas não chegou a 800. Nós que começamos com 7 mil, já levamos o clube a 14 mil adimplentes..hoje, caiu para 12 mil . Essas receitas, espero que com o espiríto de sacríficio do sócio, a gente possa manter. As outras receitas são comerciais . Claro que o jogo ajuda na manutenção das receitas comerciais. O Vitória não tem patrocínio master de camisa. A outra receita é a cota de televisão, que está negociando com a CBF. Estamos aguardando o que vai acontecer com essa cota de abril".
POLÍTICA
O presidente rubro-negro - que, inclusive, já foi deputado federal -, enalteceu as atuações, tanto do governador Rui Costa quanto do prefeito ACM Neto, no enfrentamento à pandemia do coronavírus. "Estou gostando muito. Os dois estão se entendendo, colocaram a política de lado e estão cuidando da vida dos nossos cidadãos. Acho que só o entendimento dos dois já é uma coisa muito importante, pois aqui no Brasil, o que a gente conhece como prática é a má política. O cara que tá fora, mesmo que prejudique a população, ele trabalha contra. A pandemia tem que ser uma política de estado, não pode ter partido e o cidadão tem que avaliar isso. Acho que Rui Costa e ACM Neto estão fazendo um trabalho bom".
Quanto a um possível retorno à política, Paulo Carneiro descarta prontamente. "Não tenho a intenção de retornar a política. Já são 17 anos fora. Na realidade, fui para política dar representatividade ao Vitória. O Vitória precisava tirar o lixo de Canabrava e eu fui pra política com esse objetivo. Além de recuperar o terreno que foi doado por Clériston Andrade, em 1972, coisa que o Vitória estava perdendo na gestão de Lídice da Mata. Ela queria fazer ali, a central de lixo de Salvador. Ela tinha liquidado o Vitória. Eu cheguei pra isso. Recuperamos o terreno de 100 mil metros quadrados, onde hoje é o estacionamento do estádio. Depois, como deputado, a prefeitura levou o aterro sanitário para o CIA. Fui à política para esse objetivo e acho que foi conquistado".
BA-VI
E sobre o cenário atual de Bahia e Vitória? O gestor rubro-negro não 'ficou em cima do muro' e foi taxativo: "O Bahia está à frente do Vitória à nível de gestão. O Bahia recebeu uma ajuda governamental importante a partir de 2009, com a construção de Pituaçu, onde o governo gastou quase R$ 100 milhões num estádio que hoje é um 'elefante branco' na Bahia e foi gasto dinheiro público para o Bahia jogar, quando a Fonte Nova teve aquele acidente. Hoje, o Bahia joga na nova Fonte Nova...o Bahia foi muito bem 'aquinhoado' com recursos estaduais durante muitos anos. E o Bahia se aproveitou disso. Tinha sete anos na Série B. Com nova gestão, mais moderna, o Bahia é bem dirigido e tem se aproveitado bem.
Quando compara o quadro financeiro entre os dois clubes, Carneiro reconhece que, atualmente, a distância entre os rivais é grande. "É um clube da Série A, com orçamento quatro vezes maior que o nosso, cinco vezes.. e o Bahia tem planejamento de curto, médio e longo prazo e o Vitória ficou para trás. Hoje, o Vitória está na Série B. Primeiro tem que voltar à Série A e depois retormar seu curso. No futebol brasileiro é assim, no Campeonato de pontos corridos: tem o grupo A, B e C. O Bahia era grupo C. O Vitória estava caminhando para o grupo B. Hoje o Vitória é Série B, tem que voltar para o grupo C, de visitantes da Série A. O Vitória, infelizmente, passou a ser assim. Tem que voltar ao grupo C e isso está proporcionalmente ligado às receitas. O Bahia tem orçamento, hoje, de mais de R$ 180 milhões. O do Vitória é de quarenta e poucos milhões. Precisamos subir para recuperar a posição que tivemos no passado".
Indagado pelo apresentador Pablo Reis sobre o motivo pelo qual o Vitória não 'teria recebido apoio governamental, ao contrário do rival', Carneiro põe a culpa nos seus antecessores. "O Vitória tinha dirigentes metidos a sabidos. Na política, você tem que estar atento. O PT comandava o estado e entrou aquela fase aguda do Bahia e (o PT) ajudou o Bahia. O Vitória recebeu uma ajuda sim, fez três campos de futebol. Talvez tenha conseguido uns três ou quatro milhões de reais. Dá pra comparar? ".
E Guilherme Bellitani (presidente do Bahia) ?
"Eu acho que ele faz uma boa gestão. Ele é um ótimo adversário. Está dando sequência às gestões anteriores , desde à intervenção. O Bahia vem tendo boas gestões. Foi apoiado no momento certo pelo governo do Estado, pelo PT. E o Bahia, depois, fez sua lição de casa muito bem feita. O Bahia hoje é um clube bem administrado. É um ótimo adversário a ser vencido , coisa que eu fiz a minha vida inteira e vou ter que voltar a vencer um clube mais bem administrado hoje, sem dúvidas. Vamos vencer no momento certo", concluiu.
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