Parlamentares, ministro do STF e entidades criticam saída de Moro; veja repercussão
Parlamentares, ministro do STF e entidades criticam saída de Moro; veja repercussão
O pedido de demissão do ex-ministro Sergio Moro (Justiça) ao presidente Jair Bolsonaro, nesta sexta-feira (24/4), foi recebido entre parlamentares e juristas como um revés para o combate à corrupção. Para congressistas, a saída enterra a bandeira anticorrupção do governo Bolsonaro e joga desconfiança sobre o Planalto. O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que o pedido de demissão do ministro da Justiça, Sergio Moro, demonstra um arrefecimento no combate ao desvio de dinheiro público no país.
“Eu acho que a Lava Jato e a luta contra a corrupção simbolizaram uma sociedade que deixou de aceitar o inaceitável. Há pessoas que gostam mais e pessoas que gostam menos do ministro Sergio Moro, mas o fato é que ele é o símbolo desse processo histórico. E, portanto, eu acho que isso revela, como fatos já vinham revelando, um certo arrefecimento desse esforço de transformação do Brasil”, ressaltou.
O agora ex- Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, parabenizou a atitude de Moro.
O trabalho realizado sempre foi técnico.
Durante a epidemia trabalhamos mais próximos, sempre pensando no bem comum.
Parabéns pelo trabalho Ministro @SF_Moro. O país agradece!
Outras lutas virão!
— Henrique Mandetta (@lhmandetta) April 24, 2020
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que "o Brasil perde muito com saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça". "Moro mudou a história do país ao comandar a Lava Jato e colocar dezenas de corruptos na cadeia. Deu sinal de grandeza ao deixar a magistratura, para se doar ainda mais ao nosso país como ministro", disse.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou, nas redes sociais, que "o depoimento de Moro sobre aparelhamento político da Polícia Federal como base para o ato de exoneração do delegado Valeixo constitui forte prova em um processo de impeachment".
A saída de Moro “assume um governo a favor da corrupção”, avalia o deputado Fábio Trad (PSD-MS). Para ele, as acusações do ministro de que Bolsonaro queria intervir na Polícia Federal são “gravíssimas”. “A Polícia Federal não é empregada de governo. A Polícia Federal é órgão de Estado, não é empregado de presidente, é servidor do Brasil.”
Para a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), o pronunciamento de Moro foi "avassalador". "Bolsonaro quer acabar com a autonomia da PF e interferir em todos os estados ao fazer a troca dos superintendentes."
Para o líder do PP, senador Otto Alencar (PP-BA), Moro já deveria ter pedido para sair antes do cargo. “Ele (Moro) foi desautorizado várias vezes pelo presidente. Já deveria ter pedido para sair”. Já o vice-líder do Governo no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF) lamentou a saída de Moro. “Eu só posso lamentar, pois ele (Moro) tem conduzido de forma eficiente o ministério”.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lamentou a saída de Moro, fez elogios a ele e desejou que o próximo ministro seja bem-sucedido. "Sua carreira na magistratura certamente contribuiu para levar ao ministério uma visão ampla sobre o sistema de Justiça e a complexa realidade do Brasil."
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