"Roleta Humana": quais os riscos da brincadeira que já terminou em morte e viralizou na internet?
"Roleta Humana": quais os riscos da brincadeira que já terminou em morte e viralizou na internet?
A "brincadeira" acontece assim: são três pessoas, enfileiradas uma ao lado da outra brincando de saltar. A vítima é exatamente quem está meio: no momentm em que ela pula, as outras lhe dão uma rasteira. Esta é a premissa de uma ação que viralizou nas redes sociais brasileiras esta semana. Para preocupação dos pais e comunidade escolar, a situação, que envolve também crianças e adolescentes, chega no início do ano letivo em todo o Brasil.
Mas não só jovens participam do caso. São diversos vídeos obtidos pela reportagem do Aratu On que mostram adultos fazendo parte da chamada "Quebra Crânios" ou, simplesmente, "Roleta Humana". Mas quais os riscos que isso apresenta? O alerta é do ortopedista Fábio Costa. Para ele, a brincadeira oferece sérios riscos à saúde do participante. Os principais alvos são a coluna cervical e a cabeça, que batem contra o chão.
"A queda é direta. A pessoa cai de forma abrupta e bate a cabeça violentamente no chão, o que pode causar traumatismo", sustentou. Além disso, alerta Costa, a "vítima" pode sofrer convulsão. "Com o movimento, o cérebro sacode dentro do crânio", argumentou.
MORTE E CRIME
A primeira fatalidade aconteceu no dia 12 de novembro de 2019. Na época, uma estudante de 16 anos, Emanuela Medeiros, sofreu um traumatismo craniano. A brincadeira foi feita quatro dia antes dentro da Escola Municipal Antônio Fagundes, em Mossoró, no Rio Grande do Norte. A menina chegou a ser socorrida para o Hospital Regional Tarcísio Maia, mas não resistiu ao ferimento.
"A pessoa não tem uma proteção porque ela não está esperando a queda. A vértebra se parte na coluna cervical e rompe a medula. A pessoa pode inclusive morrer asfixiada", lembrou o ortopedista Fábio Costa. Além disso, ele assegura que a prática pode ser configurada como crime porque os autores já sabem o que vai acontecer (queda de um desprevenido). Na opinião dele, então, o "agressor" não a faz na inocência.
"Pode ser considerado como ato criminoso uma vez que o único objetivo é lesionar o outro, podendo terminar em um óbito. O praticante pode sim responder pelo crime de homicídio. Mesmo que a pessoa não morra, ficará com sequelas e o agressor responde por tentativa de homicídio".
*Sob supervisão do editor, Jean Mendes
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuon.com.br/aovivo. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.