Nova esperança: vírus da zika inibe tumor de próstata, aponta estudo
Nova esperança: vírus da zika inibe tumor de próstata, aponta estudo
No mês em que se celebra a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, pesquisadores da Unicamp divulgaram um estudo que aborda um novo reforço no cambate da doença: o vírus da Zika.
Depois de provocar uma grave epidemia que resultou no nascimento de milhares de bebês com microcefalia, o vírus da Zika vem revelando um aspecto tão inesperado quanto positivo: a capacidade de destruir tumores cancerígenos. O novo estudo foi publicado e divulgada nesta última terça-feira (12/11) na "Scientific Reports" e constatou que o vírus da Zika é capaz de inibir a proliferação de células do câncer de próstata em pelo menos 50%.
Não foi o primeiro estudo a constatar essa vocação benigna do vírus. O mesmo grupo da Unicamp, liderado por Rodrigo Ramos Catharino, já havia demonstrado que o patógeno também é eficaz no combate a células de tumores do cérebro. O grupo de especialistas está estudando o uso do vírus contra outros tipos de tumores malignos e espera que, em cinco anos, já tenha alguma terapia disponível para o público.
No último trabalho, publicado nesta última terça-feira (12/11), os cientistas da Unicamp usaram células de adenocarcinoma de próstata. Eles constataram que, mesmo depois de ser inativado, o vírus consegue inibir a replicação das células.
Os experimentos foram feitos com uma linhagem viral obtida a partir de amostras isoladas de um paciente infectado no Ceará, em 2015. Depois de cultivado em laboratório, o vírus foi aquecido a uma temperatura de 56ºC durante uma hora para que o seu potencial de causar uma infecção fosse inibido.
O passo seguinte foi colocar uma cultura de células tumorais em contato com o vírus inativado. Após períodos de 24h e 48h, os cientistas compararam essa solução a um outro grupo de células cancerígenas que não tinham sido expostas ao vírus. Na análise feita após 48h, a linhagem que ficou em contato com o vírus inativado apresentou um crescimento 50% menor do que a linhagem controle.
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