Justiça decreta bloqueio de R$ 50 milhões em bens de João de Deus
Justiça decreta bloqueio de R$ 50 milhões em bens de João de Deus
A Justiça de Goiás aceitou pedido apresentado pelo Ministério Público no estado e decretou o bloqueio de R$ 50 milhões do médium João Teixeira de Faria, 76, conhecido como João de Deus. Ele está preso desde o último dia 16 suspeito de abusar sexualmente de mulheres durante atendimento espiritual em Abadiânia, interior goiano.
De acordo com o MP, o bloqueio total decretado nesta quinta (27/12) diz respeito ao valor de R$ 20 milhões, para reparações de danos a vítimas, e de R$ 30 milhões, por danos morais coletivos. O dinheiro só será utilizado em caso de condenação do médium. O advogado Alberto Toron, que defende João de Deus, afirmou não ter conhecimento da decisão.
Nesta sexta (28/12), a força-tarefa criada na promotoria para investigar o caso trabalha na redação da denúncia por abuso sexual contra o médium.
Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, a Polícia Civil localizou uma mala, em um dos endereços do investigado, com R$ 1,2 milhão. No mesmo local, os policiais encontraram somas em dólares e em euros, além de pedras preciosas.
Além do bloqueio de bens, também nessa quinta a Justiça de Goiás converteu em domiciliar a prisão preventiva que havia sido decretada pela posse ilegal de cinco armas de fogo apreendidas durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços associados ao médium. Entretanto, o investigado não deixou a prisão, já que outro mandado de prisão preventiva havia sido decretado por conta das acusações de crimes sexuais.
João de Deus afirma ser inocente. Em um primeiro depoimento ao MP-GO, na última quarta (26), ele disse não se lembrar das três mulheres cujos depoimentos subsidiaram a oitiva dele aos promotores. Também na ocasião, ele negou que atendesse frequentadores do centro em Abadiânia em ambientes separados, como alegado pelas mulheres que o acusam de abuso sexual.
Até a última quarta-feira, mais de 600 mensagens de mulheres que dizem ser vítimas do médium já haviam chegado ao MP em Goiás, oriundas de outros estados e de seis países.
A defesa de João de Deus recorreu também ao STF (Supremo Tribunal Federal) para libertá-lo. Em parecer ao Supremo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a manutenção da prisão preventiva do médium alegando que o habeas corpus solicitado “representa dupla supressão de instâncias do Judiciário”, pois o mérito “não foi analisado pelo Tribunal de Justiça de Goiás ou pelo Superior Tribunal de Justiça”, instâncias em que a defesa também recorre.
Para a procuradora-geral, a prisão deve ser mantida também face a “risco de fuga e a intenção de dificultar as investigações”; por outro lado, ela defendeu a suspensão do sigilo das investigações.
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