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REVIRAVOLTA: Jovem morto em auto de resistência foi executado pela polícia, diz família

REVIRAVOLTA: Jovem morto em auto de resistência foi executado pela polícia, diz família

Por Jean Mendes

REVIRAVOLTA: Jovem morto em auto de resistência foi executado pela polícia, diz famíliamontagem/Aratu Online

A morte de Breno Batista, 21 anos, pegou todos de surpresa e abalou sua família. O caso aconteceu na Avenida Barros Reis, em Salvador. Era final da tarde de uma quinta-feira, 9 de março, quando ele foi baleado pelo menos quatro vezes nas costas. Essa é a narrativa de uma história onde um dos personagens principais é a Polícia Civil do Estado da Bahia.


A versão da polícia é que o jovem trocou tiros com agentes da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV) e da 6ª Delegacia Territorial (DT/Brotas). A família de Breno, porém, contesta. Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem do Aratu Online, a irmã dele diz ter convicção que Breno foi assassinado.


“Nós recebemos a ligação de uma pessoa que viu tudo. A testemunha informou que meu irmão foi abordado, desceu do carro com as mãos para cima e, mesmo assim, tomou quatro tiros”, relata a irmã, ainda abalada com o ocorrido. Ela lembra que quando recebeu a notícia correu para o Hospital Geral do Estado (HGE), para onde Breno foi levado pelos policiais.


“Lá tínhamos a esperança que não fosse ele, mas a assistente social confirmou. Claro que o laudo do DPT [Departamento de Polícia Técnica] ainda vai apontar as causas da morte, mas ficamos sabendo que, além dos tiros, o corpo do meu irmão apresentava marcas de material perfuro-cortante”, lamenta.


Breno, segundo sua irmã, estava a bordo do carro que pertence à sua namorada, mais um ponto convergente com a versão apresentada pela Polícia Civil. “Às 17h ele foi buscar nossa irmã na escola, mas, em uma coincidência, nosso pai também foi. Assim, Breno seguiu pela Barros Reis para trocar o retrovisor do carro quando foi abordado”.


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ENVOLVIMENTO NO CRIME 


Breno Batista já tinha passagens na polícia por receptação de veículo (quando uma pessoa é flagrada com o objeto fruto de um roubo). Ele era apontado também por envolvimento na quadrilha liderada por um traficante conhecido como “Aranha”, chefe criminoso do bairro da Liberdade, também em Salvador.


Por esses “conhecimentos”, Breno também tinha suspeita de envolvimento na morte do policial militar Fábio Ferreira Rosas. O crime aconteceu em julho de 2014. De acordo com as investigações, a quadrilha de “Aranha” e René Mateus Santos Júnior, conhecido “Tio Chico”, baleou o PM durante um assalto na Liberdade.


“Realmente teve essa situação. Na época, mandamos ele [Breno] para longe e minha mãe entrou em estado de choque. Meu irmão dizia para nós que não tinha envolvimento na morte do policial”, relata a irmã.


Breno foi preso há cerca de dois anos e solto depois. Segundo a família, tentava seguir sua vida. Tinha uma noiva e tentava se ressocializar arrumando um trabalho e seguindo a vida.


INVESTIGAÇÕES


O envolvimento de Breno com a perigosa quadrilha, no entanto, fez a polícia investigar seus passos. “Um vizinho que tem o carro parecido com o da namorada do meu irmão foi abordado com truculência perto de casa. Os agentes pensaram que era Breno que estava ali dentro naquela oportunidade”, relembra.


A própria Polícia Civil admite o monitoramento do suspeito. A titular da 6ª Delegacia Territorial (DT/Brotas), Maria Dail Sá, disse à reportagem do Aratu Online que o jovem foi flagrado com carro roubado na data do “auto de resistência” (quando uma pessoa troca tiros com policiais civis os militares).


Por se tratar de um suposto crime envolvendo carro roubado, a situação foi registrada na Furtos e Roubos de Veículos. O titular da unidade, Marcelo Simões Tanus, entrou de licença nesta segunda-feira (13/3). Interinamente, quem está respondendo pela delegacia especializada é Auricélia Ribeiro Santana, que não tem informações sobre o caso Breno.


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“A família está com muito medo da polícia”. É com esta frase que a irmã resume todo o enredo da trágica história envolvendo Breno. A mulher ainda denuncia que os pertences da vítima desapareceram depois da ação. “O celular dele e relógio não foram encontrados na delegacia”, finaliza.




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