POLÊMICA: Consideradas ofensivas, tradicionais marchinhas são vetadas em bloquinhos de rua
POLÊMICA: Consideradas ofensivas, tradicionais marchinhas são vetadas em bloquinhos de rua
O Carnaval deste ano será um pouco diferente para alguns bloquinhos de rua do Rio de Janeiro e São Paulo. Isto porque, com o constante debate sobre os preconceitos da sociedade, algumas organizações decidiram banir clássicas marchinhas de carnaval do seu repertório.
Entre elas: ?Maria Sapatão?, ?Índio quer apito?, ?Cabeleira do Zezé? e ?O teu cabelo não nega? por terem as suas letras consideradas como ofensivas por diversos grupos sociais. A informação é da Coluna GENTE BOA , do jornal carioca O Globo.
“Aí que Saudades da Amélia”, que Mario Lago e Ataulfo Alves fizeram em 1942, também está na lista das inexecutáveis. Surgidos anos depois dos versos sobre a mulher que não tinha a menor vaidade, os olhos verdes da mulata que aparece em Tropicália, de Caetano Veloso, deve ficar de fora.
Ao jornal ?O Estado de S. Paulo?, Caetano diz: ?Sou mulato e adoro a palavra mulato: é como o país é chamado em Aquarela do Brasil, que é nosso hino não oficial. Sempre detestei A Cabeleira do Zezé por causa do refrão ?corta o cabelo dele?, que é repetido como incitação a um quase linchamento. Mas não tenho vontade de proibir nada.?
DEU ONDA
Não são só as marchinhas de carnaval estão sendo debatidas sobre o teor ofensivo de suas letras. Aqui, em Salvador, algumas músicas que estão fazendo sucesso em pleno verão, também, estão recebendo algumas críticas por diversos grupos a respeito do seu teor que pode ser considerado ofensivo.
Um exemplo claro é a música do MC G15, Deu onda, que estourou em dezembro do ano passado e perpetuou o seu sucesso. As críticas surgiram pela conotação sexual da música e o próprio autor criou uma versão mais ?light? em que substitui a palavra ?pau? por ?pai?. Entretanto, a nova versão também foi apontada como ofensiva, já que o trecho em que aparece pode remeter a pedofilia.
Músicas e expressões no alvo
Maria Sapatão
A música de João Roberto Kelly, feita com a colaboração de Chacrinha, foi a mais executada no carnaval de 1981. A expressão pegou imediatamente.
Cabeleira do Zezé
João Roberto Kelly e Roberto Faissal compuseram outro hit para todos os carnavais. Sua letra é acusada de reforçar preconceitos contra gays, sobretudo na parte do ?será que ele é, bicha!?.
O Teu Cabelo Não Nega
Lamartine Babo fez uma das mais imortais marchinhas em 1932 com versos como ?o teu cabelo não nega, mulata / porque és mulata na cor / Mas como a cor não pega, mulata / mulata, eu quero o teu amor?.
A Pipa do Vovô
A marcha de Manoel Ferreira e Ruth Amaral ficou famosa na voz de Silvio Santos em 1987. Há intérpretes que julgam a letra preconceituosa contra os idosos.
Mulata Bossa Nova
João Roberto Kelly, de novo, faz outra música acusada de racista anos depois. À época, não houve nenhuma resistência. O problema seria o uso da palavra mulata.
Ai, Que Saudades da Amélia
A música de Mario Lago e Ataulfo Alves, de 1942, proibida em algumas rodas de samba do Rio de Janeiro, reforçaria a imagem do machista e da mulher ultra submissa.
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