CAOS: Sentindo dores, gestante aguarda 24 horas por atendimento em maternidade; Veja vídeo
CAOS: Sentindo dores, gestante aguarda 24 horas por atendimento em maternidade; Veja vídeo
Durou exatamente 24 horas, o tempo esperado por uma gestante, sentido fortes dores, para receber atendimento médico na Maternidade Albert Sabin, que fica no bairro de Cajazeiras, em Salvador.
A denúncia relacionada à demora foi feita na noite de ontem (30/1), ao Aratu Online, por uma prima de Danah Batista de Araújo, de 18 anos, que havia dado entrada na unidade, por volta das 9h, e continuava sem o atendimento.
Hoje (31/1), pela manhã, Gislane Santos Batista, mãe da jovem, informou que uma médica, justificou a demora pela alta demanda que existe na unidade e, finalmente, atendeu a gestante que já está na 40ª semana de gestação.
?A médica que acompanha minha filha tinha dito que ela teria o bebê até o dia 29. Já estamos com dois dias além do prazo. Como é que pode ela estar sentindo dores e ficar esse tempo todo sem ser atendida??, questionou com indignação Gislane.
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Ainda de acordo com a denunciante, a situação na maternidade é caótica. Ela disse que várias mulheres passam muito mal com a demora no atendimento. ?Algumas gestantes que não conseguem entrar, porque eles fecham o portão, até desmaiam do lado de fora”, disse.
Ontem, uma senhora chegou a iniciar uma manifestação contra a situação, mas logo foi contida pela polícia, que foi solicitada no local. ?O policial disse que, infelizmente, não poderia intervir nesse caso, mas que era pra senhora não causar tumulto?, relatou a prima de Danah.
Veja vídeo gravado no local:
CONTRAPONTO
Em nota, a Secretaria de Saúde da Bahia informou que o que o atendimento na Albert Sabin não é realizado por ordem de chegada, mas por classificação de risco. Além disso, ressaltou que a superlotação na unidade se dá pela inexistência de maternidades públicas municipais na capital baiana e a baixa cobertura da Atenção Básica, onde as mulheres deveriam fazer o pré-natal.
Confira na íntegra:
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) esclarece que o Governo do Estado vem assumindo a assistência integral ao parto no município de Salvador, ainda que lhe caiba prioritariamente os casos de alto risco. A maioria dos municípios do interior, mesmo aqueles com menos de 20 mil habitantes possui alguma maternidade.
Salvador ainda não possui uma única maternidade própria, o que tem sobrecarregado as maternidades estaduais, prioritariamente destinadas a casos de alto risco. Não fossem as maternidades públicas mantidas pelo Estado, a exemplo da Tsylla Balbino, Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba), Albert Sabin, José Maria de Magalhães, João Batista Caribé e Roberto Santos, os soteropolitanos que nascem todos os anos e precisam do Sistema Único de Saúde (SUS) viriam à luz em outros municípios.
Apenas em 2015 e 2016, o Governo do Estado abriu mais de 100 leitos em maternidades, a exemplo do 43 leitos (20 UTI Neonatal e 23 Cuidados Semi-Intensivos) no Hospital Geral Roberto Santos, além dos 26 leitos (16 obstétricos e 10 Unidade de Cuidado Neonatal) na maternidade Albert Sabin. Ainda que haja este esforço de ampliação da rede, a demanda supera a oferta de leitos. Estão previstos também R$ 60 milhões na requalificação de 25 maternidades em todo o estado.
A superlotação na maternidade Albert Sabin deve-se a inexistência de maternidades públicas municipais na capital baiana e a baixa cobertura da Atenção Básica, onde as mulheres deveriam fazer o pré-natal, o que, inevitavelmente, sobrecarrega a rede estadual. Isso significa que o atendimento não é realizado por ordem de chegada, mas por classificação de risco, ou seja, as pacientes mais graves são atendidas primeiro. Esta é uma unidade que possui 62 leitos e a escala dos profissionais estava completa.
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*Publicada originalmente às 11h26