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ALERTA VERMELHO: Fuga de presos revela rixa de facções e risco de ‘carnificina’ na Mata Escura

ALERTA VERMELHO: Fuga de presos revela rixa de facções e risco de ‘carnificina’ na Mata Escura

Por Diorgenes Xavier

ALERTA VERMELHO: Fuga de presos revela rixa de facções e risco de ‘carnificina’ na Mata EscuraDinaldo dos Santos

É iminente o risco da ocorrência de uma rebelião de detentos em Salvador. A avaliação é feita pelo coordenador do Sindicado dos Servidores Penitenciários da Bahia (Sinspeb), Reivon Pimentel.


Segundo ele, existe uma grande mistura de facções criminosas nas unidades prisionais da capital baiana e é bem provável que uma ?carnificina? como a que se viu, recentemente, no norte do país possa se repetir no Complexo da Mata Escura.


De acordo com o sindicalista, as situações da Penitenciária Lemos Brito e do Presídio Salvador são as mais preocupantes. Além da precariedade das estruturas, Reivon chama a atenção para o módulo 5 da PLB. No local, segundo ele, 650 presos estão sendo custodiados por, apenas, quatro agentes, em média.


?O complexo abriga integrantes de facções como Bonde do Maluco (BDM), Katiara, Caveira e Comando Vermelho. Como as separações nem sempre são possíveis, uma tragédia pode acontecer a qualquer momento?, ressaltou.


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BAIXO EFETIVO


Diante do cenário, a falta de efetivo para a fiscalização dos detentos torna o problema ainda maior. São cerca de 14 mil presos em todo o estado e para fazer a custódia dessa massa carcerária, Reivon informou que há menos de 300 agentes penitenciários à disposição.


?Aliado a isso, lidamos com a falta de armamentos e equipamento de segurança e contenção de distúrbios. Caso haja um motim da dimensão que ocorreu no Amazonas e em Roraima, os agentes penitenciários estarão impossibilitados de impedir esta ação?, considerou Pimentel.


Ainda de acordo com o sindicalista, o Complexo da Mata Escura não dispõe de nenhuma barreira de contenção e não existe, ao menos, uma cerca ou muro que impeça a saída de criminosos. Da mesma forma, ele informa que objetos ilícitos são colocados dentro das unidades prisionais utilizando-se  da mesma facilidade.


?Não temos sistema de monitoração por câmeras. Portanto, fica muito fácil entrar na área do complexo, chegar perto das unidades e arremessar para dentro toda forma de ilícitos, dentre eles: celulares, facas e até arma de fogo?, afirmou.


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Drogas e celulares são apreendidos no complexo da Mata Escura. Foto: Divulgação / Sinspeb


FUGA NA CADEIA PÚBLICA


A fuga de 17 presos da Cadeia Pública, ocorrida na madrugada desta sexta-feira (13/1), pode ter contado com a ajuda de tais facilidades, já que os detentos possuíam uma serra que foi utilizada para cortar as grades da cela.


?Além disso, sem monitoração por câmeras os fugitivos chegaram, facilmente, à parte externa da unidade e como não havia policial na guarita que fica próximo ao local, eles seguiram até a cerca, cortaram o arame com um alicate e escaparam pelo matagal?, descreveu o sindicalista.


Os fugitivos do Raio 2 da Cadeia Pública, de acordo com o Sinspeb, fazem parte da facção Bonde do Maluco, que é um braço do PCC na Bahia. A coincidência entre a relação desses egressos com os responsáveis pelas rebeliões no norte do país, pode sinalizar um motivo de preocupação maior para a segurança das unidades prisionais baianas.


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CONTRAPONTO


A possibilidade da ocorrência de uma rebelião em Salvador não é percebida com a mesma proporção pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap). Segundo o superintendente de Gestão Prisional, major PM Júlio César Ferreira, a realidade das unidades baianas está distante daquela situação dos estados do Amazonas e Roraima.


Ele admite que sempre há riscos de conflitos, quando se reúne grandes grupos em ambientes limitados. Porém, segundo o superintendente, a Seap dispõe de um Serviço de Inteligência que minimiza ocorrências desse tipo.


?Nós monitoramos toda liderança que se forma nas unidades e se for verificada a possibilidade de haver problemas é providenciada a transferência do interno?, disse o major.


Com relação à precariedade nas instalações da PLB e do Presídio Salvador, ele reconhece a situação, mas pontuou que as unidades mais antigas do Complexo Penitenciário da Mata Escura estão passando por reformas. ?Já temos 96% de obras concluídas no anexo do Presídio Salvador e em breve os internos serão relocados?, afirmou.


Ainda de acordo com a Seap, nos últimos dez anos, o governo do estado investiu mais de R$ 150 milhões em ampliações de vagas nas unidades prisionais baianas para combater problemas de superlotação.


O superintendente informou que foram criadas, até então, 750 vagas em Vitória da Conquista; Já nas cidades de Irecê e Barreiras foram 533, cada. Em Feira de Santana, segundo o major, uma ampliação no Conjunto Penal elevou de 340 para 1356, o número de vagas.


Apesar da grande quantidade de ilícitos encontrados, muitas vezes, dentro das celas, ele informou que são feitas revistas rigorosas, pelo menos uma vez por mês em todas as unidades prisionais.


Major Julio César ressaltou, ainda, que em 2010 e 2014 foram realizados dois concursos públicos importantes que proporcionaram o crescimento do número de agentes, considerando a gestão plena e a cogestão ? sob o gerenciamento de empresas privadas em processo de terceirização.



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*Publicada originalmente às 8h



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