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BANCOS NA BERLINDA: Bancários paralisam por reajuste; Já clientes têm queixa de 15 anos por lei não cumprida

BANCOS NA BERLINDA: Bancários paralisam por reajuste; Já clientes têm queixa de 15 anos por lei não cumprida

Por Da Redação

BANCOS NA BERLINDA: Bancários paralisam por reajuste; Já clientes têm queixa de 15 anos por lei não cumpridafalse

Como já era previsto, desde a zero hora desta terça-feira (6/9), os bancários baianos estão em greve, acompanhando uma manifestação nacional, já que os trabalhadores, em campanha salarial, não conseguiram entrar em acordo com a classe patronal.


Em Salvador, a decisão tomada pela categoria na noite da última quinta feira (1/9) foi ratificada em assembleia realizada ontem (5/9), no Ginásio de Esportes do Sindicato, na Ladeira dos Aflitos, centro da cidade.


A paralisação das atividades se dá por tempo indeterminado, até que haja um consenso entre as partes. Segundo o Sindicato dos Bancários da Bahia, o índice oferecido pelos banqueiros está muito aquém do reivindicado pela categoria: a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) é de reajuste salarial de 6,5%, que representa perdas de 2,8%, e abono de R$ 3 mil não incorporados ao salário.


Os bancários querem um reajuste de 14,78% em seus vencimentos (correspondente à reposição da inflação mais 5% de aumento real), Participação nos Lucros e Resultados (PLR) igual a três salários mais R$ 8.317,90, além de mais contratações, investimento em segurança e melhores condições de trabalho.


LEI DOS 15 MINUTOS


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Foto: Reprodução / Getty Images


Os itens relacionados ao quadro efetivo de pessoal e ambientação dos funcionários são, inclusive, partes de uma antiga reivindicação da categoria, em Salvador, necessários para que possam cumprir a contento, a polêmica ?Lei dos 15 Minutos?, criada há 15 anos.


A Lei Municipal 5.978/2001 é de autoria do então vereador Daniel Almeida (PCdoB), atual deputado federal pela mesma legenda. A legislação garante que o limite de espera nas filas para atendimento dos caixas em instituições bancárias da capital baiana não exceda o tempo de 15 minutos em dias normais e de 25 minutos em vésperas e após feriados prolongados.


O descumprimento da lei não só incomoda quem está nas filas dos estabelecimentos. Os bancários também reclamam da situação. Na linha de frente da relação entre banco e cliente, eles são obrigados a encarar os desabafos, que muitas vezes viram agressões verbais e em casos mais extremos resultam, até, em violência física.


?Já houve uma situação em que um cliente arremessou um computador que estava sobre a bancada contra um funcionário?, relatou o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos.


Para o representante dos trabalhadores, a lei é benéfica e, segundo ele, é fruto de iniciativas e inquietações da categoria que pleiteou a medida com o objetivo de pressionar os bancos a investirem na contratação de mão de obra.


?Os funcionários estão sobrecarregados e muitos estão adoecendo com a pressão que existe no ambiente de trabalho. Ao invés de contratar, os bancos estão reduzindo o quadro de pessoal?, disse Vasconcelos, considerando que, mesmo com a implantação de recursos tecnológicos, muitas operações ainda são realizadas dentro das agências e o nível de exigência e cobrança de metas continua aumentando.


LUZ NO FIM DO TÚNEL


Apesar das reclamações, há quem enxerga uma luz no fundo do túnel. O diretor de fiscalização do Procon-BA, Iratan Vilas Boas, afirma que está acontecendo um avanço positivo no cumprimento da ?Lei dos 15 Minutos?. Responsável pela fiscalização e autuação das infrações, ele garante que a situação está mudando.


?De 2015 pra cá, intensificamos as ações e depois disso muitas agências começaram a se adequar para o atendimento?. A afirmação parece não fazer sentido quando analisamos os dados fornecidos pelo próprio órgão de defesa ao consumidor: de acordo com o Procon-BA, no ano passado, 109 bancos foram autuados e neste ano, somente até o final de agosto, 101 agências bancárias já haviam sido flagradas pela fiscalização.


Iratan Vilas Boas e o Superintendente do Procon-BA, Marcos Medrado, durante autuação. Foto / Divulgação – Ascom


Na contrapartida, Iratan explica que o número de ocorrências cresceu, porque a fiscalização ficou mais forte e atuante não só pela intensificação das ações, mas pela implantação do aplicativo PROCON BA Mobile, uma ferramenta que pode ser ?baixada?, gratuitamente, nos aparelhos de celulares modernos e permite, entre outras funções, o envio de denúncias com opções de fotos para o Procon-BA.


?Com o aplicativo, o consumidor passa, também, a ser um fiscal e isso ajuda bastante o nosso trabalho?, avalia Vilas Boas. Ao contrário do que pensa o Sindicato dos Bancários, segundo o diretor do Procon, os bancos autuados estão começando a fazer modificações significativas em suas estruturas, aumentando, inclusive, o número de funcionários. ?O Banco Itaú até informou que, hoje, uma de suas agências possui o maior número de caixas, comparando com as outras filiais do nordeste do Brasil?, afirmou.


A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou ao Aratu Online, através da sua assessoria de comunicação, que as instituições realizam um trabalho constante para reduzir o tempo de espera do atendimento nas agências bancárias. De acordo com a nota enviada, a prestação de serviços com qualidade é preocupação central dos seus bancos associados e nesse sentido, destinam somas significativas em tecnologia para melhor atender seus clientes.


Segundo a associação dos bancos, esse investimento na otimização da rede bancária ocorre mesmo com o forte crescimento das operações por meio eletrônico em detrimento das agências, que vêm perdendo participação como canal de atendimento. Em 2002, o total de transações realizadas na ?boca do caixa? representavam 22,8% das operações bancárias. Em 2015, essa participação recuou para 8%, conforme dados da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária.


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