COMISSÃO DO IMPEACHMENT: PMDB indica senador Raimundo Lira para a presidência
COMISSÃO DO IMPEACHMENT: PMDB indica senador Raimundo Lira para a presidência
O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) será o presidente da Comissão Especial do Impeachment no Senado. O anúncio foi feito no início da tarde desta quarta-feira (20/4) pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). Como titulares do PMDB no colegiado, foram indicados os senadores José Maranhão (PB), Waldemir Moka (MS), Rose de Freitas (ES) e Simone Tebet (MS). Os suplentes serão Hélio José (DF), Marta Suplicy (SP), Garibaldi Alves (RN), João Alberto (MA), Dário Berger (SC).
Ao lembrar que o PMDB tem 18 parlamentares na Casa, Eunício de Oliveira afirmou que a escolha de Lira foi pessoal e a mais difícil da sua função de líder. ?O senador Raimundo Lira preenche, no meu entendimento como líder, todas as qualidades como seriedade e tranquilidade. Esse é um processo que não pode ser feito para alguém aparecer na mídia. Esse é um processo muito sério?, disse.
Apesar de já ter declarado voto favorável ao impedimento da presidenta Dilma, o senador Raimundo Lira é visto, mesmo por parlamentares do PT, como um bom nome, moderado e de bom trânsito. Após a indicação para ser presidente da comissão especial, a assessoria do senador Raimundo Lira disse que agora ele se declara indeciso.
Instalação
Antes da instalação da comissão especial, na segunda-feira (25/4), os nomes indicados terão que cumprir uma formalidade: ser aprovados, em sessão deliberativa do Senado marcada para as 16h. Em seguida, já na comissão, serão eleitos o presidente e o relator da comissão. Segundo o Regimento Interno do Senado caberá ao presidente da comissão, indicar o relator. Diante da defesa do nome do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), apoiadores do governo insistem que seja indicado um nome considerado neutro para a comissão.
Outras indicações
Até o fechamento dessa reportagem apenas o PDT, que faz parte do Bloco de Apoio ao governo junto com o PT, ainda não tinha indicado o nome do titular e do suplente para o colegiado.
Representando o PT, devem compor a comissão, como titulares, os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT- SC) e José Pimentel (PT-CE). Como suplentes, foram escalados os senadores Humberto Costa (PT-PE), Fátima Bezerra (PT-RN) e a última vaga foi cedida ao senador João Capiberibe (PSB-AP). Apesar da divulgação dos nomes, o PT não oficializou as indicações. Isso será feito apenas na sexta-feira (22/4), no fim do prazo dado pelo presidente do Senado, para garantir que a comissão não seja instalada antes da próxima segunda.
Na quarta, o Bloco da Oposição (PSDB-DEM-PV) já havia indicado como titulares os senadores Antônio Anastasia, Aloysio Nunes (PSDB-SP), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). Os suplentes serão Tasso Jereissati (PSDB-CE), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Paulo Bauer (PSDB-SC) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O Bloco Moderador (PR-PTB-PSC-PRB-PTC) terá Wellington Fagundes (PR-MT) e Zezé Perrela (PTB-MG) como titulares e, como suplentes, Eduardo Amorim (PSC-SE) e Magno Malta (PR-ES).
Já o Bloco Socialismo e Democracia (PSB-PPS-PCdoB- Rede) escolheu Romário (PSB-RJ), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Vanessa Grazziotion (PCdoB-AM), como titulares, e Roberto Rocha (PSB-MA), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e como suplentes.
Outro bloco parlamentar, o da Democracia Progressista (PP-PSD) terá como titulares Ana Amélia (PP-RS), Gladson Cameli (PP-AC) e José Medeiros (PSD-MT). Sérgio Petecão (PSD- AC), Wilder Morais (PP-GO) e Otto Alencar (PSD-BA) serão os suplentes.
Operação Lava Jato
Até agora, quatro senadores indicados para vaga de titulares são alvo de inquéritos relacionados à Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF): Fernando Bezerra Coelho, Gladson Cameli, Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias. Segundo a Justiça Federal, eles são suspeitos de receber propina do esquema de desvios da Petrobras. Todos negam participação em qualquer irregularidade.