Ministério da Saúde registrou 399 casos de microcefalia em sete estados do Nordeste, Pernambuco tem maior índice
Ministério da Saúde registrou 399 casos de microcefalia em sete estados do Nordeste, Pernambuco tem maior índice
Em nota o Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (17) o primeiro boletim epidemiológico sobre microcefalia, até o momento foram notificados 399 casos da doença em recém-nascidos de sete estados da região Nordeste. O maior número de casos registrados foi em Pernambuco, 268 crianças, inclusive o primeiro estado a identificar o aumento da doença, em seguida, Sergipe foram 44, Rio Grande do Norte (39), Paraíba (21), Piauí (10), Ceará (9) e Bahia (8).
Junto ao Ministério da Saúde as secretarias estaduais e municipais de saúde, com apoio de instituições nacionais e internacionais investigam os casos identificados, realizam acompanhamento e análises epidemiológicas e laboratorial. Além deste apoio, nesta terça-feira (17), o Ministério da Saúde enviará a todas as secretarias estaduais de saúde orientações sobre o processo de notificação, vigilância e assistência às gestantes e aos bebês acometidos pela microcefalia. Essas informações serão constantemente atualizadas.
A Fiocruz, que participa das investigações, notificou também nesta terça-feira (17) que o Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz concluiu diagnósticos que constataram a presença do genoma do vírus Zika em amostras de duas gestantes da Paraíba, cujos fetos foram confirmados com microcefalia através de exames de ultrassonografia. O material genético (RNA) do vírus foi detectado em amostras de líquido amniótico, com o uso da técnica de RT-PCR em tempo real.
Apesar de ser um achado científico importante para o entendimento da infecção por Zika vírus em humanos, os dados atuais não permitem correlacionar inequivocamente, de forma causal, a infecção pelo Zika com a microcefalia. Tal esclarecimento se dará por estudos coordenados pelo Ministério e outras instituições envolvidas na investigação das causas de microcefalia no país.
Ainda não é possível ter certeza sobre a causa para o aumento de microcefalia que tem sido registrado nos sete estados. Todas as hipóteses estão sendo minuciosamente analisadas pelo Ministério da Saúde e qualquer conclusão neste momento é precipitada. As análises não foram finalizadas e, portanto, continuam em andamento. Diz Ministério.
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
Na semana passada, foi declarada Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para dar maior agilidade às investigações. Trata-se de um mecanismo previsto para casos de emergências em saúde pública que demandem o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública.