Limpeza da Lagoa do Abaeté devolve paisagem aos visitantes
Limpeza da Lagoa do Abaeté devolve paisagem aos visitantes
Dona de uma das paisagens mais exuberantes de Salvador, a lagoa do Parque Metropolitano Lagoas e Dunas do Abaeté é sem sombra de dúvidas um dos principais pontos turísticos da capital baiana. É com esse entendimento que o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) tem intensificado o processo de restauração da mesma através de limpeza e mobilização junto à população local e os visitantes.
Visitante assíduo do Parque, o administrador Pedro Paulo de Araujo parabenizou a iniciativa de preservação liderada pelo órgão. ?Venho aqui desde menino e acho muito importante essa e qualquer ação de valorização da lagoa. Além de uma boa opção de lazer, precisamos lembrar que o Abaeté foi e continua sendo o palco de ícones da nossa cultura?, afirmou o administrador, fazendo referência a Dorival Caymmi e Caetano Veloso.
Segundo o gestor da Área de Proteção Ambiental Lagoas e Dunas do Abaeté, Tiago Marques, o processo de restauração da Lagoa foi dividido em duas etapas ? a primeira, limpeza da Lagoa, iniciada em dezembro de 2014 e concluída em março deste ano; já a segunda etapa realizada no último dia 15 de setembro com a retirada de toda a biomassa de plantas aquáticas presente na porção sudoeste. ?Até dezembro do ano passado a Lagoa do Abaeté estava com uma grande biomassa de plantas aquáticas (baronesas e salvíneas) cobrindo porções da superfície d?água. Um plano de ação com o intuito de limpar a Lagoa todas as segundas-feiras, foi iniciado no período envolvendo representantes da comunidade como a Associação Educacional, Cultural, Recreativa e Carnavalesca Afoxé Korin Nagô, pescadores locais (Colônia Z6), Associação de Moradores de Itapuã e funcionários do Parque?, salientou o gestor.
Após a realização desta ação será feito um trabalho de manutenção periódica, a ser realizada semanalmente para evitar nova proliferação das plantas aquáticas. Paralelo ao trabalho de coleta manual das plantas aquáticas, a Coordenação de Monitoramento de Águas do Inema (COMON) iniciou uma série de estudos em diversos pontos da Lagoa, no sentido de mapear a qualidade dessas áreas e associar aos usos que estão ocorrendo nesses ambientes, o que vem contribuindo com a disponibilização de matéria orgânica e que influencia diretamente na qualidade da água e consequentemente na proliferação desses organismos aquáticos. ?Na verdade o que nós vamos fazer é mapear os pontos de poluições e tentar entender o que leva a alteração da lagoa, buscando evitar que alguns pontos fiquem impróprios para a utilização da água?, esclareceu Eduardo Topázio, coordenador de Monitoramento do Inema.
A partir do resultado desse monitoramento a Diretoria de Unidades de Conservação (DIRUC) do Instituto terá subsídios para elaborar um plano de ações com o objetivo de buscar ordenar, controlar os usos que vem contribuindo direta ou indiretamente com a qualidade da água da Lagoa do Abaeté.
Proteção aos banhistas ? Recentemente, em parceria técnica com Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros (GMAR), foram instaladas 153 boias de sinalização dentro da lagoa, em uma área de 450 metros de extensão. O novo equipamento delimita os espaços destinados aos banhistas, evitando o acesso a áreas profundas e que apresentam perigo de afogamento. A lagoa também conta com a presença diária de dois profissionais do GMAR realizando trabalhos de prevenção e atendimento, principalmente aos sábados e domingos, quando aumenta consideravelmente o fluxo de banhistas
Monitoramento ? O Inema também realiza o monitoramento semanal da Balneabilidade (qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário) da lagoa, de acordo com as especificações da Resolução N.º274/2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Os resultados das análises de qualidade da Lagoa do Abaeté são atualizados e divulgados semanalmente através do Boletim de Balneabilidade, disponibilizado no site www.inema.ba.gov.br.
APA Lagoas e Dunas do Abaeté ? Criada pelo Decreto N° 351 de 22 de setembro de 1987, ocupa uma área de aproximadamente 1.800ha e tem como objetivo proteger o remanescente de sistemas de lagoas de coloração escuras intercaladas por dunas de areia branca móveis, semimóveis ou fixas, recobertas por vegetação arbórea, arbustiva e herbácea no município de Salvador.