Copiloto alemão pesquisou sobre suicídio e portas de cabine
Copiloto alemão pesquisou sobre suicídio e portas de cabine
O copiloto alemão do voo da Germanwings que caiu em 24 de março nos Alpes franceses com 150 pessoas a bordo havia pesquisado na internet informações sobre suicídio e portas blindadas de cabine de avião, anunciou a justiça da Alemanha.
Em um tablet apreendido durante uma operação em uma das residências do copiloto Andreas Lubitz, os investigadores conseguiram acessar o histórico de buscas na internet até 23 de março, que mostram que ele se informou sobre maneiras de cometer suicídio, assim como sobre portas de cabine de comando e suas medidas de segurança, afirma um comunicado da promotoria de Dusseldorf, responsável pela parte alemã da investigação.
Também nesta quinta-feira, o jornal alemão Bild publicou que Lubitz teria supostamente mentido para médicos, dizendo que ele estava em período de licença médica, e não pilotando voos comerciais.
A revelação ocorre quando a Alemanha monta um força-tarefa para absorver as lições de segurança tiradas do acidente que matou 150 pessoas na semana passada. Citando fontes próximas à investigação, o jornal Bild disse que Andreas Lubitz, de 27 anos, havia procurado ajuda médica para tentar curar um problema na vista.
Embora Lubitz tenha falado aos médicos sobre o seu trabalho como piloto, e em alguns casos sobre o seu empregador, a Germanwings, ele de forma deliberada escondeu que estava em atividade. Assim, se Lubitz tivesse dito aos médicos que ainda voava, eles poderiam se sentir no dever de quebrar a relação de confidencialidade com o paciente e informar aos empregadores porque ele poderia representar um perigo para outras pessoas.
O jornal Bild afirmou que os documentos disponíveis para os investigadores revelaram que Lubitz dissera ter sido vítima de um acidente de carro no fim de 2014 e reclamara do resultante trauma e problemas de vista.
Os motivos de Lubitz para trancar o capitão do lado de fora da cabine do A320 e aparentemente, de forma deliberada, conduzir o avião em direção a uma montanha são ainda um mistério.
Registros médicos mostraram que Lubitz afirmou que tomava remédios para depressão, ansiedade e ataques de pânico, afirmou o Bild, acrescentando que esses medicamentos incluíam o tranquilizante Lorazepam.
A Lufthansa, companhia da qual a Germanwings é afiliada, afirmou que Lubitz informou à escola de voo em 2009 que tinha passado por um “episódio prévio de depressão severa”.
Isso pode afetar os pedidos de indenização à Lufthansa, embora os familiares de vítimas possam no final acabar recebendo, segundo advogados, compensações bastante diferentes.