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Desaparecimento de Davi Fiúza completa cinco meses e mãe irá processar o Estado

Desaparecimento de Davi Fiúza completa cinco meses e mãe irá processar o Estado

Por Da Redação

Desaparecimento de Davi Fiúza completa cinco meses e mãe irá processar o EstadoThais Herdy / Anistia Internacional

“Tentei voltar a trabalhar, fiquei nove dias no emprego e pedi demissão?, a frase é de uma mãe que está desestruturada por não ver seu filho há exatos cinco meses e que continua sem explicações, após ter o seu ‘caçula’ desaparecido. Rute Fiúza denuncia que seu filho foi levado por policiais durante uma abordagem e que, para ela, a polícia já sabe o que aconteceu com o adolescente, mas não tem interesse em divulgar a conclusão do caso. Por este motivo, a mãe relatou ao Aratu Online que pretende abrir um processo contra o Estado. “Já entrei em contato com uma advogada e vou começar o processo dentro de alguns dias. Além disso, ainda essa semana vou ao DHPP saber como estão as investigações, já que ninguém entra em contato comigo”.


Rute relata que eram quase 07h30 da manhã do dia 24 de outubro de 2014. O jovem Davi Fiúza, de 16 anos, estava conversando com uma vizinha quando foi abordado por policiais da Rondesp da companhia da área e do PETO, na rua em que a família vive, a São Jorge de Baixo, na região de Vila Verde. ?Eu estava em casa e vizinhos ligaram pedindo pra minha outra filha descer correndo porque os PMs estavam levando meu filho. Quando ela desceu ele já tinha sido levado”,  lembra.


Para tentar encontrar vestígios do paradeiro do seu filho, Rute foi à Corregedoria Geral da PM e denunciou o caso na 49ª Companhia da Polícia Militar de São Cristóvão. O desaparecimento passou a ser investigado pela 12ª Delegacia Territorial de Itapuã, mas depois ficou sob a responsabilidade do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).


Davi completa nesta terça-feira cinco meses desaparecido. Foto: reprodução / Facebook

Davi completa nesta terça-feira cinco meses desaparecido. Foto: reprodução / Facebook


Além disso, ela participou de uma reunião com o secretário estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos da Bahia (SJCDH), entrou em contato com o a Anistia Internacional, acionou o Ministério Público,  e por fim o caso foi encaminhado para a Organização das Nações Unidas (ONU), mas até o momento ninguém sabe dizer o que aconteceu com Davi. ?O caso está esquecido porque a polícia e o seu ?corporativismo? não tem interesse em resolvê-lo, eles não avançam com as investigações. A ONU me mandou uma carta dizendo que entrou em contato com o governador, mas até o momento não recebi nenhum retorno?, ressalta Rute.


A mãe de Davi afirma que já é comum os policiais entrarem nas casas dos moradores e que seu filho é a sexta pessoa que desaparece na região, mas os vizinhos têm medo de denunciar. ?Todos os moradores da rua viram a ação dos policiais, eles tiraram a camisa do meu filho para vendá-lo e amarraram suas mãos e pés antes de colocá-lo no carro. Eu recebi várias ligações no dia avisando sobre a abordagem. Eu procurei o Ministério Público, fiz denúncias, mas parece que o órgão é fantasma. Não agiram e ninguém me deu um retorno?, completou.


A Polícia Civil, através de sua assessoria, informou que as investigações do caso continuam e que ocorrem em conjunto com o Ministério Público. O órgão afirmou que uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi designada para a investigação do caso mas que, até o momento, nenhum fato esclarecedor foi levantado. A Polícia Civil disse que os policiais estão encontrando dificuldades para colher depoimentos das testemunhas, já que muitas estão se negando a falar.


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