Gasolina pode subir mais de 8% com alta de tributo
Gasolina pode subir mais de 8% com alta de tributo
O aumento de impostos sobre a gasolina e o diesel vai chegar ao consumidor. Até o preço do etanol, beneficiado pela medida, deve subir.
A Petrobras avisou que vai repassar a alta de PIS/Cofins e o retorno da Cide para o preço de venda nas refinarias.
A partir daí, haverá um efeito cascata: as distribuidoras vão elevar seus preços e os postos repassarão essa alta ao consumidor. Na bomba, o mercado estima que a gasolina deva subir entre 7% e 8%.
Mas, para José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro (sindicado dos postos do Estado de São Paulo), a gasolina deve ficar ainda mais cara ao consumidor, pois a base de cálculo para a cobrança de ICMS também muda.
Segundo ele, o ICMS é recolhido nas refinarias e tem como base um preço médio estipulado pelo governo estadual. No caso de São Paulo, o valor é de R$ 2,899 por litro de gasolina atualmente.
“Ainda não sabemos para quanto vai esse valor de referência, mas certamente vai aumentar. O preço final não vai subir apenas R$ 0,22.”
Com o preço da gasolina em alta, a demanda por etanol deve aumentar, o que também pode empurrar os seus preços para cima.
Segundo Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, o potencial de aumento do etanol hidratado é de R$ 0,15 por litro, o equivalente a 70% (paridade entre o preço do álcool e o da gasolina) do R$ 0,22.
“Os preços podem aumentar com a pressão sobre a oferta de etanol, o que será bom para recompor as margens do setor, que hoje estão negativas”, disse a presidente da Unica, Elizabeth Farina.
Considerando apenas os reajustes previstos para gasolina e diesel, o impacto na inflação deste ano pode ser de até 0,3 ponto percentual, segundo especialistas.
Após as medidas, algumas consultorias aumentaram a sua previsão de inflação para 2014. A Gradual reajustou de 6,2% para 6,4% sua estimativa para o IPCA, enquanto a LCA aumentou em 0,2 ponto percentual sua projeção, que saiu de 7% a 7,2%.
Outros analistas já esperavam alta significativa dos combustíveis e, por isso, mantiveram suas projeções. É o caso da consultoria Tendências, que seguiu com 6,8%, e da GO Associados, que manteve a projeção de 6,4%.