Hollande defende liberdade de expressão após protestos contra Charlie Hebdo
Hollande defende liberdade de expressão após protestos contra Charlie Hebdo
Depois dos protestos em vários países contra as caricaturas do profeta Maomé, publicadas pelo semanário Charlie Hebdo, o presidente François Hollande defendeu hoje (17) a liberdade de expressão como um dos princípios e valores franceses. “Há tensões no exterior, onde as populações não compreendem o que é o compromisso com a liberdade de expressão”, disse Hollande em Tulle, no Sul da França, uma semana após os atentados terroristas em Paris, que causaram 20 mortes.
O chefe de Estado francês destacou que seu país “tem princípios e valores” entre os quais se destaca “a liberdade de expressão”, mas lembrou que os Estados onde se registraram protestos contra o jornal atacado, como o Paquistão, a Jordânia, o Líbano ou Níger, são nações que a França “apoiou na luta contra o terrorismo”.
Vários países mostraram, nos últimos dias, que condenam as caricaturas publicadas peloCharlie Hebdo na primeira edição após o ataque de 7 de janeiro à sua redação em Paris.
Na ocasião, dois homens encapuzados e armados, os irmãos Said e Cherif Kouachi, entraram na redação e mataram 12 pessoas. Depois de dois dias em fuga, os dois suspeitos do ataque foram mortos, quando forças de elite francesas atacaram uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, onde eles se encontravam.
Além do ataque contra o jornal, mais dois incidentes violentos marcaram a semana passada na capital francesa. Um dia depois, Amédy Coulibaly iniciou uma escalada de violência, matando a tiro uma agente de polícia e assaltando um supermercado de produtos judaicos, que resultou na morte de quatro reféns e do próprio Coulibaly.
Na sexta-feira (16), milhares de pessoas manifestaram-se em vários países muçulmanos após o lançamento, na quarta-feira, de uma nova caricatura do profeta Maomé na capa do Charlie Hebdo.
Os protestos mais graves ocorreram em Zinder, a segunda cidade do Níger, onde o Centro Cultural Francês foi incendiado por manifestantes, tendo os protestos causado quatro mortes e 45 feridos.
Hoje, a polícia do Níger usou gás lacrimogêneo para dispersar milhares de manifestantes perto da grande mesquita da capital Niamey. Os manifestantes atiraram pedras contra a polícia e queimaram pneus, enquanto gritavam “Allah Akbar” (Deus é grande).
Também na Mauritânia, Argélia, no Senegal, Paquistão, na Jordânia, no Líbano e na Turquia manifestantes saíram às ruas contra o Charlie Hebdo, cuja capa da mais recente edição consideram insultuosa.