MP cobra explicações de empresas que recrutaram garotas para camarotes
MP cobra explicações de empresas que recrutaram garotas para camarotes
Após anúncio divulgado em uma rede social recrutando garotas para trabalhar em um camarote de uma cervejaria no carnaval de Salvador, o Ministério Público instaurou um procedimento de investigação criminal através do Grupo de Atuação em Defesa das Mulheres (Gedem). Os envolvidos foram convidados para uma audiência pública nesta quarta-feira (14), às 15h para esclarecimento dos fatos.
O conteúdo do anúncio foi retirado do ar depois que um portal de notícias denunciou o caso com a postagem no facebook que informava haver vagas para ?Carnaval Camarote Skol 2015?, reiterando que ?beleza é fundamental? e solicitando mínimo de 15 fotos, dentre elas algumas de ?lingerie? e ?nuas?. O valor oferecido pelo serviço era de R$ 8.000,00 (oito mil reais) por dia, mais ajuda de custo para a “ficha rosa”, uma das categorias, que daria acesso as garotas a àrea VIP, shows e festas privadas. Já a “ficha branca” era oferecido o cachê de R$ 1.000,00 (hum mil reais).
O procedimento instaurado pelo MP vai apurar se as empresas Ambev (Skol), contrataram a agência para a seleção. E busca também a pessoa que fez a publicação na internet.
Se for comprovado o envolvimento das empresas será interpretado como incitação a prostituição mediante fraude e tráfico interno de pessoas, já que pode haver deslocamento de pessoas de outras cidades e estados.
Segundo a promotora Márcia Teixeira, o que há de concreto para seguir a investigação é a própria postagem no facebook com informações sobre envolvimento das empresas.
A agência Mega Polo Models Internacional, que teria feito o recrutamento das garotas respondeu em nota as acusações.
“O Mega Polo Moda, maior shopping de atacado e pronto-entrega do país, afirma que não tem qualquer relação com os recrutamentos em questão. O Mega Polo Moda faz parte da história do Brás, o centro atacadista de moda mais importante do Brasil, que abastece lojas de todo o País com moda jovem, feminina, masculina, infantil, tamanhos especiais e acessórios. A empresa atua somente no segmento atacadista de vestuário e não possui qualquer tipo de atuação no Carnaval de Salvador. O departamento jurídico da empresa está tomando as medidas legais cabíveis para evitar que seu nome e logomarca sejam usados de forma indevida”.
Em nota enviada à imprensa, a Ambev afirma não ter relação com os
recrutamentos. “A Ambev repudia veementemente qualquer prática que não esteja em total conformidade com a lei. A empresa tomará as medidas legais cabíveis para evitar que suas marcas sejam usadas de forma indevida”.
O Ministério Público pede que as garotas que já enviaram e-mail para o endereço disponibilizado na publicação entrem em contato com o MP pelo e-mail: gedem@mpba.mp.br ou vá até o núcleo do Gedem no Jardim Baiano na Rua Arquimedes Gonçalves.