Conheça a história da Fonte Nova: 'casa do Esporte Clube Bahia'

Localizada no coração de Salvador, a Arena Fonte Nova, onde o Bahia manda os seus jogos, é muito mais do que um estádio de futebol: é um símbolo da cultura esportiva baiana.

É lá que o Bahia, clube que carrega a paixão de milhões de torcedores, marca há muito tempo a sua história ao lado de uma nação de fãs apaixonados.

Origem da Fonte Nova: o 'estádio do Bahia'

A história do palco do futebol baiano começou em 1951, com a inauguração do Estádio Octávio Mangabeira, nome oficial da antiga praça esportiva. Mas, por que Fonte Nova?

O nome 'Fonte Nova' é uma referência às várias fontes de água que marcavam a paisagem local. Este aspecto natural da geografia, inclusive, deu nome à Ladeira das Fontes das Pedras, o principal acesso ao estádio.

O nome oficial homenageava um ex-governador da Bahia e o local rapidamente se transformou em palco central dos times baianos, especialmente entre Bahia e Vitória o maior clássico do estado.

A capacidade original de cerca de 35 mil pessoas foi ampliada ao longo dos anos, chegando a abrigar mais de 100 mil torcedores em algumas ocasiões, quando ainda não havia exigência de assentos para todos.

Durante décadas, a antiga Fonte Nova foi o coração do futebol baiano, recebendo finais estaduais, jogos do Campeonato Brasileiro e partidas internacionais.

O estádio é um símbolo da força popular do Bahia, conhecido, não só por sua torcida apaixonada, mas pelos títulos históricos conquistados com casa cheia.

Jogos que marcaram a Fonte Nova e o Bahia

Entre os momentos mais emblemáticos vividos na antiga Fonte Nova está a partida de 16 de novembro de 1969, quando o Santos enfrentou o Bahia em jogo válido pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa.

Naquele dia, os olhos do Brasil estavam voltados para Salvador: Pelé poderia marcar seu histórico milésimo gol justamente na Fonte Nova.

O estádio estava lotado, com uma atmosfera de festa e expectativa. No entanto, o gol de número 1000 não veio naquele jogo, graças a uma intervenção do zagueiro tricolor Nildo Birro Doido, despachando uma bola, quase em cima da linha do gol. A partida terminou empatada em 1 a 1, mas o gol santista foi de Jair Bala.

Outro capítulo memorável foi escrito em 1988, quando o Bahia enfrentou o Fluminense na semifinal do Campeonato Brasileiro. Mais de 110 mil pessoas lotaram a Fonte Nova naquele que foi o maior público da história do estádio, um dos maiores já registrados no futebol brasileiro.

O Bahia venceu por 2 a 1, garantindo vaga na final contra o Internacional — confronto que culminaria no bicampeonato brasileiro do Tricolor Baiano, conquistado no Beira-Rio. À época o Tricolor contava com jogadores como Bobô, Zé Carlos e Charles, que entrariam para a lista de ídolos do Bahia.

A Arena Fonte Nova

Após um trágico acidente em 2007, quando parte da arquibancada cedeu durante uma partida, resultando em vítimas fatais, o estádio foi interditado e posteriormente demolido. A tragédia acelerou o debate sobre a necessidade de modernização e segurança nas arenas brasileiras.

A nova arena foi reconstruída no mesmo local, como parte do projeto para a Copa do Mundo de 2014. Rebatizada como Arena Fonte Nova, foi oficialmente inaugurada em abril de 2013, com capacidade para cerca de 48 mil torcedores, estrutura moderna, cobertura parcial e padrões internacionais de segurança e conforto.

Desde sua reinauguração, a Arena Fonte Nova voltou a ser palco de momentos marcantes. Recebeu partidas da Copa das Confederações de 2013, da Copa do Mundo de 2014 — com destaque para o histórico 5 a 1 da Holanda sobre a campeã Espanha —, além de jogos da Copa América de 2019.

No cenário local, a Fonte Nova viu o Bahia conquistar títulos importantes e retornar à elite do futebol nacional.

Em 2015, a arena registrou seu primeiro recorde de público pós-reconstrução: mais de 48 mil torcedores acompanharam a final do Campeonato Baiano entre Bahia e Vitória da Conquista. O Tricolor venceu por 6 a 0, levantando a taça diante de uma multidão em festa.

Importância da Fonte Nova para o Bahia

Mais do que sede dos jogos, a Fonte Nova pode ser considerada a casa espiritual do Bahia. É nela que o clube costuma celebrar seus triunfos, sente o calor de sua torcida e constrói sua identidade.

A Arena é também uma vitrine que coloca o Bahia e o futebol baiano no cenário nacional e internacional. O palco teve passado glorioso, sofreu com uma tragédia, renasceu com modernização e segue entretendo o povo baiano, na maior parte das vezes, a torcida do Esporte Clube Bahia.

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