Blatter pode ter recebido 2 milhões de euros por venda de ingressos, diz jornal
Blatter pode ter recebido 2 milhões de euros por venda de ingressos, diz jornal
Em meio ao recente escândalo envolvendo o ex-secretário geral da Fifa, Jerome Valcke, e o presidente da organização, Joseph Blatter, uma nova informação divulgada neste domingo (20) pode incriminar ainda mais o dirigente suíço.
Segundo o jornal Estado de São Paulo, empresários que ganharam contratos para comercializar ingressos das Copas do Mundo combinaram dar um presente de 2 milhões de euros para Blatter. As informações constam em processos registrados na Justiça Americana por executivos da empresa iSe.
De acordo com a publicação, as negociações ilegais teriam começado ainda em 2003, quando a empresa ganhou da Fifa o direito de comercializar entradas VIPs e pacotes de hospitalidade para a Copa de 2006, realizada na Alemanha, por um valor de US$ 270 milhões. Como a empresa havia sido recém-formada, após uma aliança entre a Dentsu e a Publicis, outras companhias ficaram surpresas com o anúncio, pois o pacote era cobiçado por muitas empresas.
A fraude só foi descoberta porque Marty Schueren, um ex-executivo da iSe, denunciou o presidente da empresa, Haruyuki Talahashi, detalhando como se desenrolou uma negociação em Frankfurt para que uma empresa fosse estabelecida na iSe, com capital de 2 milhões de euros, para pagar pela preferência obtida junto a Blatter. Como o processo não era possível, foi firmado um acordo entre a iSs e uma terceira empresa, a Intersports, para que dois milhões de euros, em dinheiro vivo, fossem entregues, sem que nenhum serviço fosse prestado. A ideia era que o contrato apenas legitimasse a transferência de recursos.
“Quando questionado sobre o motivo do dinheiro, Takahashi disse que precisava pagar Blatter, presidente da Fifa, por ter dado à empresa o contrato de hospitalidade para a iSe”, ressalta o documento. Ainda segundo informações obtidas pelo jornal, executivos da Intersports teriam se negado a fornecer o dinheiro para o japonês, salientando que “não estavam preparados para ir para a prisão por Takahashi”. O inquérito não conseguiu concluir se o executivo angariou o dinheiro de outras fontes para pagar Blatter.