RETROSPECTIVA: Relembre os 10 fatos que marcaram o universo esportivo em 2016
RETROSPECTIVA: Relembre os 10 fatos que marcaram o universo esportivo em 2016
A morte de jogadores e jornalistas na tragédia da Chapecoense colocou o nosso país de luto no finalzinho do ano de 2016. Essa tragédia jamais será esquecida não só no Brasil, mas em todo o mundo.
Mas este também foi um ano de polêmicas, fatos inusitados, inéditos e até mesmo relevantes para a história do esporte local e nacional. A começar pelo fato de o nosso país ter sediado, pela primeira vez, os Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro.
Por isso, o Aratu Online preparou uma retrospectiva com os dez principais acontecimentos do mundo esportivo este ano. Relembre:
1. MULHERES NO COMANDO
Apesar de ser formada apenas por mulheres, a Seleção Brasileira Feminina de futebol nunca havia sido comandada por uma técnica do sexo feminino. Esta realidade mudou depois que a treinadora Emily Lima assumiu a equipe no dia sete de dezembro durante a estreia do Brasil no Torneio Internacional de Futebol Feminino.
Emily foi contratada pela CBF no início de novembro e, começou com o pé direito: sob o comando da nova treinadora, o Brasil goleou a Costa Rica por 6 a 0 na Arena Amazônia, em Manaus.
2. TORCIDA DO BAHIA
A torcida do Bahia foi reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado no dia 15 de dezembro, quando a Lei nº 13.599 foi assinada
pelo atual governador Rui Costa. A decisão foi publicada no Diário Oficial da Bahia no dia seguinte.
A proposta surgiu de Bobô, que é deputado estadual pelo PCdoB e já jogou no clube ? onde em seu primeiro artigo consta: Art 1º Fica reconhecida a torcida do Esporte Clube Bahia como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado da Bahia nos termos do art.216 da Constituição Federal e art. 271 da Constituição do Estado da Bahia.
3. VALEU, FORMIGA!
O jogo da seleção brasileira contra a Itália do dia 18 de dezembro deste ano marcou a despedida da incansável jogadora baiana Miraildes Maciel Mota, mais conhecida como Formiga. Recordista com a camisa da seleção brasileira com 151 jogos, a jogadora de 38 anos é ainda quem mais disputou edições do torneio feminino de futebol na Olimpíada, com seis participações.
A volante já disputou seis Copas do Mundo, recorde que divide com a japonesa Homare Sawa.
4. JUDOCA DE OURO
Da favela para o mundo. Aos 26 anos, a judoca brasileira Rafaela Silva conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil nas Olimpíadas 2016. O feito ocorreu no dia oito de agosto.
A carioca venceu a mongol Sumiya Dorjsuren, atual líder do ranking mundial, após aplicar um wazari, golpe quase perfeito, durante as Olimpíadas.
Rafaela saiu da Cidade de Deus, a comunidade carente e violenta que ficou famosa com o filme de Fernando Meireles, para se tornar a melhor judoca que o Brasil já teve. Em 2013, ela foi campeã mundial, também em sua casa, no Rio de Janeiro. Nenhum outro judoca do país tem títulos olímpicos e mundiais.
5. INEDITISMO
Isaquias Queiroz não levou medalha de ouro, mas entrou para a história dos Jogos Olímpicos. Isso porque o baiano, da cidade de Ubaitaba, tornou-se o primeiro brasileiro com mais medalhas em uma edição de Olimpíadas.
Aos 22 anos, o canoísta encerrou sua participação na Rio-2016 com três medalhas – duas pratas e um bronze.
A medalha de Isaquias é a primeira do Brasil na canoagem olímpica, o que dá uma dimensão do feito do jovem atleta.
6. OLIMPÍADAS
Em agosto deste ano, o Brasil sediou pela primeira vez os Jogos Olímpicos na cidade sede do Rio de Janeiro. Para além das especulações e previsões polêmicas antes do início dos jogos, as duas semanas em que, de fato, ocorreram as competições também deram o que falar.
Entre os fatos marcantes estão o mistério da piscina verde, o grito de Fora Temer e a enxurrada de vaias. A água da piscina do Centro Aquático Maria Lenk, onde aconteceram as provas de saltos de trampolim, passou de uma imaculada cor azul clara a um verde turvo de um dia para o outro. A princípio, ninguém sabia explicar a mudança. Depois, o comitê da Rio 2016 disse ter sido por causa de um excesso de peróxido de hidrogênio colocado nas piscinas, o que tornou inativo o cloro e permitiu que a proliferação de algas.
No primeiro final de semana olímpico, o caso de um torcedor que foi retirado à força das finais do tiro com arco por supostamente ter gritado “Fora Temer” levantou uma discussão sobre a liberdade de expressão dentro dos estádios. A Justiça acolheu um pedido do Ministério Público Federal para que União, Estado do Rio de Janeiro e Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos se abstivessem de “impedir a manifestação pacífica de cunho político através da exibição de cartazes, uso de camisetas e de outros meios lícitos nos locais oficiais” da Olimpíada.
A torcida brasileira marcou as olimpíadas com os ecos das vaias. Muito diferente dos espectadores de outros países, o comportamento da nossa torcida incomodou atletas estrangeiros durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
O barulho excessivo durante algumas competições e, principalmente, vaias, foram alvos de queixas de atletas da natação, tênis de mesa e basquete. As vaias foram abordadas mais de uma vez pela imprensa internacional junto ao Comitê Rio 2016 e Ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Desacostumada a gritos, vaias e cantos em partidas de tênis, tênis de mesa, esgrima, jornalistas exigiram que medidas fossem tomadas pelo COI para conter as vaias.
7. BA-VI NA SÉRIE A
Para alegria de todos, os dois principais times baianos conseguiram se manter na série A no ano de 2016. No dia 11 de dezembro, o Vitória jogou contra o Palmeiras no Barradão e, mesmo perdendo por 2×1, o rubro-negro ficou na 16ª posição da série A, beneficiado pelo empate do Internacional, que foi rebaixado pelo Fluminense.
Já o Bahia foi o líder na média de público da segundona 2016. Apesar disto, o acesso foi garantido fora de casa diante do Atlético-GO, beneficiado pela derrota do Náutico no dia 26 de novembro. Mas os tricolores não quiseram saber: lotaram o aeroporto de Salvador para receber os jogadores e fizeram um verdadeiro carnaval fora de época na antiga sede de praia do clube, no bairro da Boca do Rio. O cantor (e também torcedor) Ricardo Chaves comandou a folia com direito a trio elétrico!
8. ÍCONES
No dia 24 de março deste ano, o futebol se despediu de Johan Cruyff. Aos 68 anos, o holandês morreu vítima de um câncer no pulmão, diagnosticado ano passado. O jogo inteligente perdeu aquele que comandou uma revolução dentro das quatro linhas, capaz de subverter regras e propor um novo desenho na prática do esporte. Cruyff era capitão e cérebro da ?Laranja Mecânica?, carrossel holandês que praticou o melhor futebol no Mundial de 1974, comandando pelo lendário treinador Rinus Mitchell ? morto há 11 anos.
Já no dia 25 de outubro, o ex-jogador e ex-treinador Carlos Alberto Torres morreu aos 72 anos. Conhecido como ?Capitão do Tri?, o capitão da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970 foi vítima de um infarto fulminante.
Considerado um dos melhores laterais-direitos na história do futebol brasileiro, o ex-capitão atuou em clubes como Fluminense, Flamengo, Botafogo e Santos. Em 1963, ele conquistou, junto à Seleção, a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos. O lateral-direito era o capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970, que encantou o mundo com Pelé, Tostão, Rivellino e cia, conquistando o tricampeonato, no México, ao vencer a Itália por 4 a 1 na grande final.
9. VOLTA POR CIMA
O título que faltava ao Brasil não falta mais. Isso porque, pela primeira vez na história, a seleção brasileira de futebol é medalha de ouro na Olimpíada, com a vitória nos pênaltis sobre a Alemanha após empate por 1 a 1 em jogo no dia 20 de agosto.
Depois da derrota de 7×1 para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014, o time de futebol masculino da seleção brasileira deu a volta por cima e o feito massageou o ego do nosso país.
10. FORÇA, CHAPE
O país parou depois da tragédia que deixou 71 mortos e seis feridos. O avião que levava a delegação da Chapecoense e jornalistas à Colômbia caiu na cidade de La Unión, próximo a Medellín, na Colômbia no dia 29 de novembro.
O modelo do avião é o Avro Regional Jet 85, também conhecido como Jumbolino, de matrícula CP-2933, produzido pela British Aerospace.
Embora as autoridades colombianas ainda não tenham se pronunciado oficialmente sobre as possíveis causas da queda do avião da Chapecoense, ganha-se cada vez mais força a hipótese de que o acidente tenha sido ocasionado pela falta de combustível.
Após a tragédia, o time do Atlético Nacional, da Colômbia, que iria fazer a final da Sul-Americana com a Chapecoense, abriu mão do título em favor da Chapecoense.
Com o gesto solidário, a Chapecoense se torna oficialmente campeã do torneio sul-americano, seu primeiro título internacional.