Com CBF em crise, clubes brasileiros criam nova liga e pretendem organizar campeonato; decisão é irreversível, diz Bellintani
Desde sexta-feira (11/6), os clubes se organizam para tentar aproveitar o afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF — o dirigente é acusado por uma funcionária de assédio sexual.
Dezenove dos 20 clubes que disputam a elite do Campeonato Brasileiro apresentaram à CBF, na terça-feira (15/6) a intenção de criar uma liga independente para organizar a competição — só o Sport ficou de fora, mas porque está sem presidente, não por desacordo com os planos.
A ideia, externada em comunicado oficial, serve, segundo publicou o Uol, como pressão em um momento de vácuo de poder talvez inédito na história da Confederação Brasileira de Futebol.
Desde sexta-feira (11/6), os clubes se organizam para tentar aproveitar o afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF — o dirigente é acusado por uma funcionária de assédio sexual. Querem, principalmente, participar da articulação da sucessão, já que a avaliação é que o mandatário não retornará ao cargo.
A crise da CBF abre a oportunidade histórica de emplacar a liga sob controle dos clubes, em movimento que fracassou em algumas ocasiões — geralmente em razão de disputas entre seus próprios dirigentes.
"A decisão de formação da liga é irreversível. Foi uma decisão unânime de não voltar atrás nessa pretensão. A partir da formação da liga, a CBF continua papel fundamental na organização de todas as competições, exceto o Campeonato Brasileiro. A gente quer ter autonomia para organizar a competição, mas não precisa virar de costas para a CBF de uma hora para outra já que nosso movimento não é contrário à CBF, é a favor de uma nova forma de organizar o campeonato", disse o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, ao Uol.
Ainda de acordo com a publicação, existem três pontos-chave que os clubes acreditam que uma nova diretoria da CBF deveria priorizar: articular em Brasília uma lei que dê ao mandante dos jogos o direito de transmissão para a TV, mais transparência no uso do VAR e um calendário que não prejudique os clubes com desfalques durante datas Fifa e jogos da seleção.
"Não existe cabeça da liga. Acho que se houve uma coisa muito positiva é a criação equilibrada de todos os clubes. Amadureceu a partir do momento em que todos entregaram. Foi um avanço importante. Não tem liderança. Não é por aí que se começa. Vamos começar por premissas, temas, debates. Claro que vai ter uma comissão para debater temas específicos, estatuto, parte comercial, calendário...", acrescentou Guilherme Bellintani.
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