Em coletiva no Rio, Minotauro anuncia aposentadoria e se torna Embaixador do UFC
Em coletiva no Rio, Minotauro anuncia aposentadoria e se torna Embaixador do UFC
Nesta terça-feira (1), o MMA deu adeus a uma de suas lendas. Antônio Rodrigo “Minotauro” Nogueira anunciou que sai dos rings e cages para se imortalizar na história do esporte. Em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, ao lado de Giovani Decker, presidente do UFC no Brasil, Minotauro anunciou sua aposentadoria do MMA. “Minota” será o Embaixador de Relacionamento com Atletas do UFC Brasil.
Em sua nova função, ?Minotauro? vai participar de diversas iniciativas pelas regiões do país. Ele será a ligação da organização entre atletas, patrocinadores, mídia e órgãos governamentais. Como um dos pioneiros do esporte, e muito respeitado na comunidade do MMA, ele irá auxiliar o UFC a manter o mais alto padrão dos lutadores, e ao mesmo tempo, atuar como um mentor no desenvolvimento de jovens atletas. Além dessas funções, Rodrigo também irá auxiliar na identificação de novos talentos que surgem por todo Brasil.
?Para mim é um grande prazer e uma honra continuar meus laços com o UFC. Sempre tive a paixão de acompanhar o desenvolvimento de novos atletas e é isso que desejo continuar fazendo. Quero ajudar a disseminar o MMA por todo o mundo e dar minha contribuição para o surgimento e desenvolvimento de jovens talentos. Agradeço a confiança que Dana White e que Lorenzo e Frank Fertitta estão depositando em mim, e creio que com muito trabalho vamos alcançar grandes resultados juntos. Eu sei que posso, e vou, contribuir muito para o crescimento do nosso esporte fora do octógono”, revelou a lenda.
Apontado como um dos maiores pesos pesados de todos os tempos, Minotauro sempre foi conhecido por seu jiu-jitsu afiado e por várias vezes conseguir “viradas” emocionantes em suas lutas. Nogueira encerra a carreira com cartel de 34 vitórias, sendo 21 por finalização, e dez derrotas. Iniciou a carreira em 1999, no World Extreme Fighting 6, vencendo David Dodd com uma kimura no 1º round. Desde então, foram seis vitórias seguidas, pelo próprio WEF e pelo RINGS, evento japonês onde sofreu o primeiro revés, perdendo para Dan Henderson por decisão dividida, em 2000.
Após empate com Tsuyoshi Kohsaka na edição seguinte, série de cinco vitórias e estreia no PRIDE, o maior evento do mundo na época, e onde Rodrigo, ao lado de seu irmão gêmeo Rogério “Minotouro”, cravou seu nome entre os maiores de todos os tempos. O título inaugural dos pesados da organização foi de Nogueira, que o conquistou vencendo Heath Herring por decisão unânime. Foram cinco defesas, onde o usou o jiu-jitsu de alto nível pelo qual era temido para aplicar duas chaves de braço salvadoras: uma sobre o gigante Bob Sapp, em luta histórica, e outra na revanche contra Dan Henderson.
Em 2003, após vencer Hendo, Minotauro encontrou seu nêmesis: Fedor Emelianenko. Apontado como o maior peso pesado de todos os tempos, o russo tomou o cinturão de Rodrigo por decisão unânime. O brasileiro retomou a caminhada rumo ao cinturão do vencendo Mirko Cro Cop com chave de braço no PRIDE Final Conflict 2003, levando o cinturão interino. Em 2004, encarou Fedor duas vezes seguidas, mas empatou na primeira e perdeu por pontos na segunda.
Apesar das derrotas para o “Último Imperador”, Minotauro já era uma lenda do MMA. Em 2007, estreou no UFC vencendo novamente Heath Herring, e em seguida, finalizou Tim Sylvia em luta dramática, aplicando uma guilhotina no 3º round, e sendo o terceiro lutador da história e ostentar os cinturões do PRIDE e do UFC (os outros dois foram Maurício Shogun e Mark Coleman).
Desde que perdeu a chance de unificação de títulos ao ser nocauteado por Frank Mir, outro de seus notórios rivais, Minotauro vem alternando vitórias e derrotas. Emocionou os fãs vencendo Randy Couture, Brendan Schaub e Dave Herman. Porém, foi derrotado por rivais poderosos como o próprio Mir, Cain Velasquez e o atual campeão dos pesados do UFC, Fabrício Werdum. Três derrotas seguidas, culminando com a sofrida para Stefan Struve no UFC 190, em 1º de agosto, no Rio de Janeiro, fizeram Minota ouvir milhares de fãs e Dana White, que pediam sua aposentadoria.
Agora, a lenda, um dos nomes mais conhecidos, respeitados e idolatrados do MMA, se mantém no esporte, mas com outro viés, ajudando o UFC a expandir sua marca pelo Brasil e pelo mundo.