Medina crê em fim de “maconheiros” e pede apoio ao surfe
Medina crê em fim de “maconheiros” e pede apoio ao surfe
O surfe poderá se tornar em breve em um dos principais esportes do Brasil. Pelo menos é o que pensa Gabriel Medina, que se consagrou na última sexta-feira como o primeiro brasileiro campeão mundial da modalidade. Para o surfista de Maresias, seu título, conquistado no Havaí, abriu as portas do País e pôs fim a uma velha perseguição aos atletas. Porém, ele faz uma critica em um dos pontos fundamentais para que esse sonho possa se concretizar: a falta de apoio aos jovens.
“Antes da minha vitória, o surfe não era o esporte principal do Brasil, mas era um deles. Meu título, com certeza, abriu portas para o esporte. Tem crescido bastante nos últimos cinco anos, espero que cresça mais e se torne um dos principais do País”, disse em entrevista coletiva nesta terça-feira.
O pensamento de Gabriel faz sentido, já que o Brasil inteiro acompanhou a reta final do Campeonato Mundial de Surfe (WCT) e viu o quanto os brasileiros são talentosos. Apelidada de “Brazilian Storm”, essa nova geração é considerada uma das melhores de todos os tempos do País. Além de Medina, contamos com Jadson André, 24 anos, Filipe Toledo, 18, Miguel Pupo, 23, e Alejo Muniz, 24, que, apesar de cair para a segunda divisão neste ano, teve um ótimo desempenho em Pipeline, eliminando Kelly Slater e Mick Fanning.
“Mas só talento basta?”, foi a pergunta feita pelo Terra ao campeão mundial. Gabriel concordou com a reportagem e tocou em uma ferida já conhecida na maioria dos outros esportes: a falta de apoio. “Realmente, nós temos vários caras bons no WCT, com muito talento. O que realmente falta são as pessoas e as marcas acreditarem mais no esporte. Antes o surfe era mal visto, eram ‘os maloqueiros que fumavam maconha e todo mundo era drogado’. Hoje podem ver que é uma profissão séria. Você precisa se dedicar para ser um atleta de ponta. Hoje o surfe está profissional, é uma profissão. O que falta é esse lance de acreditar mesmo. Temos muito talento no Brasil”, comentou.
“Eu viajo o mundo inteiro, vou para os Estados Unidos, Austrália, e vejo a garotada de nove, dez anos com a prancha cheia de patrocínio, ou seja, eles apostam neles desde pequenos. Agora aqui, do Rio Grande do Norte até o Guarujá, vejo os mesmo garotos, com mais talento às vezes, sem nenhum patrocínio. É difícil a situação no Brasil, não só no surfe, mas em outros esportes que não o futebol. Acho que isso será fundamental”, concluiu.