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Aratu On Explica os serviços realizados para obras da Ponte Salvador-Itaparica

Os procedimentos de dragagem e sonsagem são considerados como fundamentais para o início das obras

Por Matheus Caldas

Aratu On Explica os serviços realizados para obras da Ponte Salvador-ItaparicaCréditos da foto: Divulgação
Em meio ao impasse entre o governo da Bahia e a concessionária responsável pela Ponte Salvador-Itaparica, há dois processos que são constantemente citados pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) como fundamentais para o início das obras: a dragagem e a sondagem.
Segundo o engenheiro civil Matheus Almeida, especialista na área de infraestrutura, não é recomendado que os serviços sejam feitos em períodos chuvosos – portanto, o fim setembro e o início de março, meses que coincidem com a primavera e o verão.
“Em períodos chuvosos, com indícios de temporais, quando há uma maior agitação das águas, há dificuldades nos processos, tanto de dragagem tanto quanto da sondagem, uma vez que ambos serão executados com auxílio de embarcações específicas para execução dos serviços”, explica, em entrevista ao Aratu On.
Os procedimentos precedem a edificação das estruturas previstas no primeiro trecho do projeto: a infraestrutura para os acessos aos bairros da Calçada e de Água de Meninos, em Salvador, e um conjunto de viadutos, além de dois túneis praticamente paralelos aos existentes na Via Expressa. Baía de Todos-os-Santos.
https://youtu.be/wF9hoLr4l_I
DRAGAGEM
A dragagem é um procedimento de escavação que ajuda a retirar os sedimentos – terra, areia, rochas ou lixo – do fundo dos rios, lagos, portos, oceano e lagoas industriais por meio de diversos métodos e tecnologias.
De acordo com Almeida, é necessário que o procedimento seja realizado na Baía de Todos-os-Santos por conta das condições topográficas encontradas no local. “Geologicamente há uma elevada camada de sedimentação resultante da falha geológica ocorrida há milhões de anos”, analisa.
Há outros fatores que demandam a dragagem. Um deles é o material orgânico trazido pelos rios que possivelmente desaguam nesses pontos, como Paraguaçu, cuja foz é lançada na baía nas regiões de São Roque do Paraguaçu e Salinas da Margarida.
Os materiais trazido pelos rios, devido às próprias dinâmicas marinhas, com fluxos das correntes marinhas, acabam carregando os materiais orgânicos, que vão se depositando no fundo do mar, diz o engenheiro. “Este material é comumente visto, sendo característico de um material de coloração mais escura e com um aspecto lamacento”, detalha.
Ele também sustenta que a dragagem “é um processo de manutenção ou intervenção normal em regiões onde ocorrem esses tipos de processo natural”.
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DETALHES
Na Baía de Todos-os-Santos, há um canal marítimo que orienta o percurso dos navios que se direcionam aos portos de Salvador e de Aratu. Basicamente, este canal é como se fosse uma pista imaginária que guia as embarcações para chegarem ao destino.
“Com as novas intervenções previstas para a construção da ponte, a dragagem está associada justamente a esse canal, que estará posicionado no vão intermediário da ponte, o qual terá o maior gabarito e um maior calado, justamente para o acesso de embarcações para nossa região portuária”, destaca.
O calado ao qual o engenheiro se refere é um termo técnico para designar a distância entre a quilha do navio e alinha de flutuação. O gabarito, por sua vez, é o vão livre entre a face inferior da ponte em relação ao nível do mar.
SONDAGEM
Este é um processo de reconhecimento e caracterização do terreno, sendo a maneira de como conhecer as características do terreno, extraindo informações importantes que auxiliam no desenvolvimento da obra.
Nesta etapa, as análises culminarão com as soluções de fundação para a sustentação dos pilares da ponte.
Conforme Matheus Almeida, este estudo é “uma etapa crucial dos estudos preliminares, sendo de fundamental importância para os andamentos das análises”.
COMO ESTÁ O PROCESSO
A construção da ponte vive um impasse. Jerônimo vem pressionando a concessionária formada pelas empresas CCCC e CRCC20 para que os prazos previstos em contrato sejam cumpridos. O chefe do Palácio de Ondina considera rescindir o vínculo caso não haja avanços nos próximos meses.
O custo da obra é o ponto crucial destacado por Jerônimo para o imbróglio. Segundo ele, o preço inicial, estimado em R$ 6 bilhões, pode chegar a mais de R$ 13 bilhões. Isto se deve, principalmente, ao aumento no preço dos insumos, promovido pela crise global gerada pela pandemia da Covid-19.
“Assim que tivermos as respostas, podemos definir o prazo. Se tiver algum empecilho que a gente perceba que vai demorar muito, podem ter certeza que tomarei a decisão de distratar e fazer um novo processo de licitação”, sentenciou, no fim de agosto.
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Secretário de Desenvolvimento Econômico do estado (SDE), Angelo Almeida estimou, em entrevista ao Linha de Frente, que a dragagem e a sondagem podem ser realizadas ainda este ano. 
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