Vanessa da Mata revela que foi vítima de violências: 'Tentativas de estupro'
A cantora Vanessa da Mata revelou ter sido vítima de diversos episódios de violência de gênero desde a infância, incluindo tentativas de estupro
Por Da redação.
A cantora Vanessa da Mata revelou ter sido vítima de diversos episódios de violência de gênero desde a infância. Em entrevista ao podcast Desculpincomodar, comandado pelo DJ Zé Pedro, a artista relatou abusos, assédios e tentativas de estupro que, segundo ela, marcaram diferentes fases de sua vida.
“Eu me lembro, no berço, de um cara mexendo comigo, fazendo coisas que eu não gostava. Lembro da angústia que era. Até hoje, eu tenho claustrofobia de situações que eu me sinto presa”, afirmou. Vanessa relatou que, na adolescência, também enfrentou situações de assédio. “Eu lembro de entrar em um ônibus do basquete onde eu jogava e era mão na minha bunda, porque tenho uma bunda grande. A vida inteira eu escondi, mas era muito difícil”, disse. “Era sair no soco porque eu entrava na água e vinha um cara na praia com a mão na minha bunda”, acrescentou.

A artista contou que foi vítima de assaltos múltiplas vezes. “Eu fui assaltada dez vezes, onze vezes, e em duas eu sofri tentativa de estupro. Você tem que aprender a dizer não em situações onde você já é a vítima”, declarou.
Aos 49 anos, Vanessa afirma que ainda sente a necessidade de reagir a situações de violência, seja por ela mesma ou por outras mulheres. “É o tempo todo. Você está no Brasil e vê acontecer. Quando é comigo, eu fico estatelada, mas quando é com outra, eu reajo”, afirmou. Ela relatou um episódio em que interveio para impedir um possível estupro: “Eu sou muito forte, geralmente mais do que os meninos. Estava em um carro e vi um menino de moto em cima de uma menina. Abri a porta, meti a mão e falei: ‘está precisando de ajuda?’ É mais forte do que eu, não posso ser uma espectadora de situações horrorosas”.

Vanessa também falou sobre golpes sofridos no início da carreira. “Meu empresário atual, apesar de ter provado várias vezes que é um cara honesto, eu tenho sempre uma pessoa que olha os empresários. Essa pessoa verifica o empresário. Eu já fui roubada. Quem não foi? Em algum momento, essa capacidade que você precisa para criar, te tira do financeiro. E esse não é o meu talento, então eu tenho quem faça isso por mim”, contou.
Segundo a artista, o episódio ocorreu antes de alcançar sucesso nacional. “Se percebe muitas vezes no final. Eu fui roubada no começo da minha carreira, não tinha estourado ainda. Eu sou uma criatura de muita ambição. Sempre fui. Não saí de uma cidade de 5 mil habitantes no interior do Mato Grosso fingindo não ser. Eu sou”, afirmou.
Como pedir ajuda em Salvador
O prefeito Bruno Reis sancionou, no dia 10 de novembro, uma série de projetos dos vereadores aprovados pela Câmara de Salvador. Dentre eles, um que garante que o CRAS dará prioridade a mulheres vítimas de violência doméstica. A Lei nº 9.882/2025 é oriundo do projeto de lei da vereadora Ireuda Silva. (Republicanos).
Para ter acesso à prioridade, a usuária deverá apresentar documento público que comprove o acompanhamento por algum órgão das forças de segurança. Em especial se esta garantia for feita por delegacias especializadas, a Patrulha Maria da Penha ou outros serviços de proteção à mulher.
A lei também determina que os próprios Centros de Referência sejam responsáveis por verificar a documentação e assegurar o cumprimento da norma no momento do atendimento.
Cotas para vítimas de violência
Além de prioridade no atendimento no CRAS, mulheres vítimas de violência doméstica também tem direito a cotas. O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) instituiu uma política de cotas para mulheres vítimas de violência doméstica em contratos de prestação de serviços contínuos de mão de obra firmados pela Instituição.
Mulheres vítimas de violência doméstica também terão, a partir de agora, no mínimo 8% das vagas reservadas em contratações públicas realizadas pelo Governo Federal. A determinação está no Decreto nº 12.516/2025, publicado no Diário Oficial da União.
O perfil das vítimas, Mulheres negras com idades entre 30 e 39 anos são a maioria das vítimas de violência doméstica na Bahia, segundo revelou levantamento feito pelo Grupo de Pesquisas Judiciárias, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). No último dia 19 de fevereiro, foi divulgado um estudo sobre as Medidas Protetivas de Urgência (MPUs) no órgão.
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