Cariúcha corrige advogada ao vivo no SBT: 'Palavra muito racista'
Durante o Fofocalizando, no SBT, Cariúcha interrompeu ao vivo uma advogada após ela utilizar o termo "denegrir", considerado racista
Por Bruna Castelo Branco.
Durante a edição de ontem do Fofocalizando, no SBT, a apresentadora Cariúcha interrompeu ao vivo a advogada Márcia Passalini após a convidada utilizar o termo "denegrir", considerado de cunho racista por especialistas em linguagem e direitos humanos.
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Márcia, que representa Rayane Figliuzzi, namorada do cantor Belo, falava sobre a disputa judicial da cliente com o ex-marido quando usou a palavra. Imediatamente, Cariúcha interveio: "Doutora, desculpa por interromper, mas a gente não usa mais essa palavra 'denegrir'. Essa palavra é muito racista. Peço que a senhora não utilize mais essa palavra, por gentileza". Assista:
AGORA: Cariúcha corrige ADVOGADA ao vivo após ela usar a palavra "Denegrir"
— Brenno (@brenno__moura) July 31, 2025
"A gente não usa mais essa palavra denegrir, é uma palavra muito racista, e peço que a senhora não use mais essa palavra." #FofocalizandoNoSBT pic.twitter.com/fG766gG48K
A colega de bancada Gaby Cabrini também interveio, sugerindo que Márcia substituísse o termo por "difamar".
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O que está por trás da polêmica
Apesar de ter origem no latim denigrare — que significa "tornar escuro" — e figurar nos dicionários com definições como "fazer ficar escuro" ou "manchar a reputação", a controvérsia em torno do uso da palavra "denegrir" não está na etimologia, mas no sentido simbólico.
Segundo a Defensoria Pública da União (DPU), expressões como essa carregam heranças do período escravocrata brasileiro e perpetuam estigmas.
"O longo período de escravidão que o Brasil enfrentou ainda deixa marcas na forma como nos comunicamos. Expressões de cunho racista continuam sendo usadas todos os dias, muitas vezes sem que as pessoas se deem conta do significado profundo do que estão dizendo", explicou o órgão, em nota oficial.
O longo período de escravidão que o Brasil enfrentou ainda deixa marcas na forma como nos comunicamos. Expressões de cunho racista continuam sendo usadas todos os dias, muitas vezes sem que as pessoas se deem conta do significado profundo do que estão dizendo. pic.twitter.com/zy4rOPWBEg
— Defensoria Pública da União (@dpuoficial) May 26, 2022
Ainda de acordo com a DPU, muitas dessas expressões estabelecem uma associação negativa com o que é negro ou escuro, enquanto outros termos, como "inveja branca", valorizam o que é claro ou branco, reforçando estereótipos.
A cena protagonizada por Cariúcha gerou repercussão nas redes sociais, com elogios à postura da apresentadora e renovou o debate sobre o racismo estrutural presente na linguagem cotidiana.
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