Tema do Enem 2025 exige atenção: professora explica armadilha e como ir bem

A palavra 'perspectiva' no tema do Enem 2025 exige atenção: professora explica armadilha e como ir bem

Por João Tramm.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apresentou neste domingo (9) o tema da redação do Enem 2025: “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”. Ao Aratu On, Sidnéia Azevedo, do Colégio Bernoulli, diz que tema do Enem 2025 exige atenção: professora explica armadilha e como ir bem. 

Para a professora de Redação e Língua Portuguesa do Bernoulli Educação, Sidinéia Azevedo, o tema exige um cuidado redobrado dos candidatos. Em especial pela palavra 'perspectiva', que pode gerar uma fuga do objeto central da discussão.

Tema do Enem 2025 exige atenção: professora explica armadilha e como ir bem

Tema do Enem 2025 exige atenção: professora explica armadilha e como ir bem. 

Segundo a professora, o debate sobre etarismo é fundamental na construção do texto, mas não apenas dissertar sobre o assunto. Pelo o contrário, o ponto base do texto não pode ser falar sobre desafios ou a realidade atual, mas sim pensar sobre perspectivas. 

“Na verdade, esse tema exige uma atenção a mais do estudante, porque ele tem a palavra perspectivas, e perspectivas remete a caminho, mas o estudante precisa perceber que ele não vai só abordar os caminhos, as perspectivas, o que pode ser feito para minimizar o problema. Ele precisa, sim, refletir sobre as causas, e essas causas D1 e D2 revelam o problema, e a partir desse problema, dessas causas, ele vai pensar numa perspectiva”, explica.

Sidinéia acredita que o tema não pegou os alunos de surpresa, já que segue uma linha tradicional do Inep ao propor discussões sociais de relevância coletiva. “Dá pra dizer que o tema foi uma surpresa ou seguiu as linhas de edições anteriores? De jeito nenhum, não foi surpresa mesmo, afinal de contas, o Inep sempre escolhe uma minoria, uma minoria que está em evidência, uma minoria que precisa ser analisada, cuidada, ser tratada, e nós não podemos perder de vista o que aconteceu recentemente envolvendo os idosos e o INSS, então era previsto, era previsível”, avaliou.

Repertórios que podem ser utilizados

A professora também destacou uma série de referências teóricas, literárias e culturais que poderiam enriquecer a redação. “Diversos repertórios poderiam ser trazidos para que os alunos em base possam falar a sua opinião. Por exemplo, nós temos dois pensadores, o Jean Lipovetsky, com a teoria Era do Vazio, que mostra uma sociedade extremamente individualista, e o George Simmel, com a atitude blasé, que mostra uma sociedade extremamente indiferente”, apontou.

Ela também lembrou que a literatura brasileira oferece bons exemplos para discutir o tema: “Temos os nossos autores Vinícius de Moraes, que em uma de suas canções, Velhice, trata dessa questão. Cecília Meireles, em um poema também com o título Velhice, aborda essa temática. E o grande Machado de Assis, em Dom Casmurro, faz uma reflexão muito importante acerca dessa temática.”

Além da literatura, obras audiovisuais podem ajudar os candidatos a ampliar o repertório sociocultural. “A animação Up – Altas Aventuras também traz à tona a solidão em que o idoso vive. E o filme Um Senhor Estagiário prova que envelhecer não é problema, que a experiência das pessoas que envelhecem é extremamente importante para o desenvolvimento da sociedade”, acrescentou Sidinéia.

Etarismo e qualidade de vida: pontos centrais

Segundo a professora, o tema também permite reflexões sobre economia, preconceito e políticas públicas voltadas à terceira idade. “A gente tem hoje uma perspectiva da economia prateada, que é uma economia voltada especificamente para as demandas desses idosos. Observem que hoje nós temos empresas de turismo especializadas, programas de farmácia que visam beneficiar esses idosos. Então, a gente sabe o quanto foi importante e é importante uma medida para minimizar esse problema”, explicou.

Ela destaca que o etarismo — preconceito baseado na idade — é um ponto essencial que pode ser explorado na redação. “Primeiro, o tema é o etarismo. O que é etarismo? Preconceito etário. Preconceito em relação a idosos. E quem é que é hoje idoso no Brasil? Pessoas com 60 anos ou mais. Mas nós não podemos perder de vista o seguinte: a longevidade está aí. Segundo o IBGE e a Organização Mundial da Saúde, a perspectiva do brasileiro viver é mais de 87 anos. Então, é preciso viver mais e viver com qualidade. E, já que tem isso, é preciso criar medidas, mecanismos capazes de dar qualidade de vida a esse grupo etário”, concluiu.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Aplicação do ENEM

No primeiro dia do Exame (9), os candidatos têm até as 19h para concluir a prova, totalizando 5 horas e 30 minutos de duração. No domingo seguinte (16), a aplicação do exame tem duração de 5h, de modo que vai até as 18h30.

Nos dois dias, a saída do local de prova mas sem o caderno de questões é permitida a partir das 15h30. Para deixar o local com o caderno em mãos, é preciso sair quando faltarem 30 minutos para o fim do exame, ou seja, às 18h30 do primeiro dia e a partir das 18h no segundo dia.

Alguns participantes que solicitaram atendimento especializado durante a inscrição para a prova têm direito a um tempo adicional para responder as questões. Nesses casos, a prova vai até as 20h no primeiro domingo (9) e 19h30 no segundo domingo (16). Participantes de videoprova em libras têm até as 21h primeiro dia e 20h30 no segundo.

Para obter um bom desempenho e potencializar as chances de ingressar em no ensino superior, é fundamental conhecer a estrutura da prova do Enem e se preparar de forma eficiente. O Aratu On preparou um guia completo com as principais informações sobre o exame, além de dicas para quem busca se destacar. 

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