País pode prender moradores que passearem na rua com cachorros

A nova restrição, que inclui também o transporte de cachorros em veículos

Por Da Redação.

Autoridades iranianas ampliaram a proibição de passeios com cães para pelo menos 18 cidades, intensificando medidas que já estavam em vigor desde 2019 na capital, Teerã. A nova restrição, que inclui também o transporte de cães em veículos, foi justificada por preocupações com “a saúde pública, a paz e o conforto”, segundo o promotor Abbas Najafi, da cidade de Hamedan, em declaração ao jornal estatal Iran.

A cidade de Ilam, no oeste do país, foi uma das que implementaram a proibição no domingo (8), com autoridades locais alertando que “ações legais” seriam tomadas contra quem violasse as novas regras, de acordo com a imprensa local.

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Foto: Ilustrativa/Pexels

A posse de cães é desencorajada oficialmente no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, com o clero xiita classificando os cães como “najis” — impuros segundo a jurisprudência religiosa. O líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, já descreveu a posse de cães como “repreensível”, exceto para fins de segurança, pastoreio ou caça.

Em 2021, 75 parlamentares classificaram a prática como um “problema social destrutivo” e alertaram que ela poderia “mudar gradualmente o modo de vida iraniano e islâmico”.

Ainda assim, a posse de cães vem crescendo, especialmente entre os jovens, que veem o hábito como uma forma de contestar as normas impostas pelo regime. Apesar das restrições, passeios com cães continuam sendo vistos em Teerã e outras áreas, muitas vezes em horários noturnos ou em locais isolados para evitar a fiscalização.

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Foto: Ilustrativa/Pexels

A repressão inclui episódios de prisão de tutores e apreensão dos animais. Em 2010, o Ministério da Cultura e Orientação Islâmica proibiu anúncios de animais de estimação e produtos relacionados. Em 2014, chegou a ser apresentada uma proposta de lei que previa multas e até chicotadas para quem passeasse com cães — o projeto, no entanto, não foi aprovado.

Críticos da nova onda de proibições argumentam que, diante do aumento da criminalidade, o governo deveria priorizar a segurança pública em vez de restringir liberdades pessoais. Ter cães, assim como desafiar as leis obrigatórias do hijab, frequentar festas clandestinas ou consumir álcool, é frequentemente interpretado como ato de rebeldia contra o regime teocrático.

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