Cultura

ENTREVISTA: “a mamadeira de piroca ganhou as eleições no Brasil”, diz Wagner Moura

ENTREVISTA: “a mamadeira de piroca ganhou as eleições no Brasil”, diz Wagner Moura

Por Da Redação

ENTREVISTA: “a mamadeira de piroca ganhou as eleições no Brasil”, diz Wagner MouraUOL

O ator baiano Wagner Moura ganhou os holofotes da imprensa nesta sexta-feira (15/3). Não por conta de sua estreia como diretor do filme “Marighella”, mas, sim, por suas críticas ao governo Bolsonaro e à direita brasileira, em entrevista publicada no site UOL. No texto, Moura fala de onde vem sua admiração por Carlos Marighella e que vê em parte da juventude brasileira atual características do guerrilheiro. Relata que se sente vítima de uma campanha de descrédito e que existe no país uma cruzada contra a arte.


Confira partes dos trechos da entrevista ao portal UOL :


“Sou de Salvador, que também é a terra de Marighella. Ele sempre foi um nome importante e conhecido para todos os interessados na história da resistência do Brasil. Não era somente alguém que participou da resistência à Ditadura nos anos 1960 e 1970, mas também da resistência em toda a história do país em geral – como a dos Malês [1835], de Canudos [1896]… O Brasil tem um histórico de resistência, é um dos países com uma das maiores diferenças sociais do mundo. Então é natural haver isso.


MAMADEIRA DE PIROCA


“No Brasil, quem ganhou as eleições? Não foram só os erros da esquerda. Coisas como a mamadeira de piroca. A mamadeira de piroca ganhou as eleições no Brasil! E não estamos falando só do Brasil: fiquei sabendo que Donald Trump mente 11 vezes por dia. Vivemos em um momento em que a verdade não importa. Não importa! Seja lá o que fizerem [a extrema-direita] – dizer que estou cheirado, ou que a esquerda distribuía a mamadeira de piroca”.


MEU FILME É MAIOR QUE BOLSONARO


” Vocês acham que Bolsonaro já leu um livro? Honestamente: que já foi a um teatro? Não! Isso não tem importância para essas pessoas, e elas não querem que essas narrativas sejam ditas. O [meu] filme vai ser um dos primeiros produtos culturais do Brasil que vai ser abertamente contra esse grupo que tomou o poder – aliás, democraticamente. Mas meu filme não é uma resposta a Bolsonaro: honestamente é bem maior que Bolsonaro.


ME SINTO AMEAÇADO


“Eu me sinto ameaçado, mas não sinto que alguém vá tentar me matar. Mas tenho receio por [pessoas como o deputado federal pelo PSOL-RJ, Marcelo] Freixo. Veja a Marielle [Franco]: negra, lésbica, esquerdista, 50 anos depois de Marighella, outro negro esquerdista. Foi assassinada em um carro, provavelmente por agentes do Estado. 50 anos depois!”


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