MEU CARNAVAL: As conclusões de uma repórter Kannariana
MEU CARNAVAL: As conclusões de uma repórter Kannariana
Trabalhei todos os dias na cobertura do Carnaval como repórter da TV Aratu e do Aratu Online, na transmissão para a televisão, para o site e redes sociais, respectivamente. Entre as novidades deste ano, está a de o repórter escrever, no último dia, as impressões que teve da folia.
E cá estou eu, executando esta incumbência.
Foram seis dias em que fiquei totalmente ?out? do que acontece pelo mundo (exceto o erro grotesco do Oscar, que não tinha como eu não saber). O foco foi todo nos circuitos do Carnaval.
Ano passado acompanhei a pipoca do Kannario de cima do trio no Circuito Osmar (Campo Grande). Em 2017 também estive com o príncipe do Gueto, mas desta vez no Carnaval do bairro da Liberdade.
O lugar foi outro. Mas a energia do show e dos fãs, foi a mesma. De cima do palco, vi o mar de uma gente que ri quando deve chorar. Confesso que me arrepiei e senti uma mistura de sensações que me deixou feliz e emocionada.
Uma energia que não se explica. Só quem vive e sente é que sabe do que estou falando. Como diz ?O Aleph?, difícil explicar algo que é vivo e mutável. O que eu escrevo já não é fiel ao que vi porque a ?tradução? não é simultânea.
Primeira conclusão: #SouKannariana e adepta do ?fenômeno Kannario?.
Também fui presenteada com a pauta sobre o retorno de Netinho para o Carnaval, após o artista passar quatro anos longe da folia enquanto enfrentava uma grave doença. Ele lotou a arena do Camarote do Nana com fãs ávidos por ouvir o ícone da axé music.
Quando entrevistado por mim, Netinho foi categórico: ?Não suporto essas músicas novas que só falam de baixaria e bebida?, disse. Isso explica o porquê de o repertório do seu show só ter sucessos da axé music dos anos 90.
Durante o show, ele chegou a sentar algumas vezes em um banco localizado no centro do palco. Mas embalou o público em todas as músicas. Foi muito satisfatório vê-lo de volta à cena musical baiana.
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Durante o show, tive a sensação de que superação de Netinho era o que estava faltando para levar o axé para o seu ápice novamente. Senti que o comandante estava de volta pra colocar ordem na casa e recolocar o axé como o grande anfitrião do nosso Carnaval.
Segundo conclusão: É preciso ser grata pela vida. Agradecer sempre.
Abrir mão de se divertir e/ou relaxar no Carnaval tem lá seus pontos positivos. Você começa a enxergar tudo com outros olhos. A rotina dos vendedores ambulantes, por exemplo, foi algo que me chamou atenção este ano.
Eles sempre existiram, mas como foliã eu nunca os enxerguei assim.
Entrevistei os ambulantes, entrei nas barracas que eles ficam acampados e dormem durante os dias da festa pra não perder o ponto da venda, abri a mala deles e entrei na intimidade dos pais e mães de família que estavam ali batalhando pra conseguir tirar uma grana extra.
Trabalhar no Carnaval nos faz crescer não só profissionalmente, mas também como ser humano.
Terceira conclusão: O Carnaval da Bahia é a nossa idiossincrasia: todos juntos, misturados, felizes, curtindo e batalhando.
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