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CIDADE ELÉTRICA: Carnaval altera a rotina das pessoas que vivem dentro do circuito

CIDADE ELÉTRICA: Carnaval altera a rotina das pessoas que vivem dentro do circuito

Por Da Redação

CIDADE ELÉTRICA: Carnaval altera a rotina das pessoas que vivem dentro do circuitoReprodução

Os números impressionam: segundo a Salvador Turismo (Saltur) são cerca de R$ 8 milhões de investimentos só da Prefeitura. R$ 1,5 bilhão em movimentação econômica, 700 horas de música, 12 mil artistas. É certo: o vulcão no qual a cidade se transforma impossibilita que alguém mantenha sua rotina. Há quem se muda momentaneamente de casa para aproveitar a folia e há quem corra de casa para fugir da festa. Há também quem se beneficie com o protagonismo anual vivido por Salvador durante o Carnaval para ganhar uma grana extra.


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Marco Antônio, de 23 anos, é o exemplo de alguém que vai deixar a rotina de lado para viver o Carnaval de forma quase integral, sem se preocupar com trabalho ou faculdade. ?A ideia é não perder nenhum dia?, explica o estudante. Ele, que é morador de Lauro de Freitas, vai se instalar na casa de um amigo, na Barra, e só pretende voltar para casa ao fim da folia.


Tá vendo essa multidão aí? É só uma parte das 2,5 milhões de pessoas que a Prefeitura está aguardando. Imagem: Reprodução/G1


Ao lado de 2,5 milhões de pessoas esperadas para a festa deste ano, Marco pretende curtir os blocos de Saulo e de BaianaSystem, dois dos que mais vêm ganhando público nos últimos anos. ?Espero que eu consiga ver todas as atrações que quero ver?, diz, acrescentando que mal pode esperar para ?encher a cara de purpurina?.


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Mas não é todo mundo que morre de amores pela euforia generalizada. Michelle Chicharo, 22, afirma que não é nem um pouco fã das ?pessoas gritando com música por 24 horas por dia? que passam pela Oceânica, onde ela mora, durante o Carnaval. ?Vou para a casa do meu namorado, que fica na Avenida Centenário. Também é um inferno, mas muito menos do que em Ondina?, reclama a estudante universitária, que pretende aproveitar os dias livres para concluir o TCC (trabalho de conclusão de curso).


O advogado Roberto Leite, de 50 anos, concordaria com a universitária, se a conhecesse. O morador do Morro do Gato, na Barra, se queixa do barulho da montagem dos camarotes e da festa, além da ?falta de respeito à ordem pública? que é dedicar espaços públicos a iniciativa privada. ?Não é que eu seja contra a festa, mas acho que as coisas deveriam ser conduzidas de forma diferente?, afirma. Desgostoso com o Carnaval, Roberto vai se abrigar em Guarajuba durante os próximos dias. ?Ontem, por exemplo, com o tal do Furdunço, tive que tomar um comprimido para dormir. Sem condições?, lamenta.


Maryanna vai trabalhar no Carnaval para juntar dinheiro para uma viagem internacional, como esta que ela fez ao Marrocos, em 2015. Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal


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Também moradora da Barra, Maryanna Nascimento, 23, pretende continuar no bairro o máximo possível. A estudante conseguiu um trabalho temporário num camarote, onde vai servir como hostess, recepcionando os clientes, das 17h até às 5h da manhã do dia seguinte. Antes e depois disso, ela vai se dedicar ao emprego formal dela, das 9h às 16h. ?Vão ser só três horas de sono?, ri Maryanna, antecipando a agitação dos dias de Carnaval. O dinheiro extra vai servir para uma viagem pós faculdade, ainda sem previsão de destino.


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