Cultura

QUEM DIRIGE A FESTA: A vida dos motoristas de trios e o que rola nos bastidores do Carnaval

QUEM DIRIGE A FESTA: A vida dos motoristas de trios e o que rola nos bastidores do Carnaval

Por Da Redação

QUEM DIRIGE A FESTA: A vida dos motoristas de trios e o que rola nos bastidores do CarnavalReprodução | Internet

Embora sejam praticamente invisíveis para o grande público durante o Carnaval, os motoristas de trios elétricos são fundamentais para a festa acontecer. Eles são responsáveis por conduzir os veículos dentro do circuito e, mesmo não ficando em cima dos equipamentos, precisam de um verdadeiro gingado na sintonia com os acordes e o tempo de cada artista.


Mas para além da direção, essa profissão exige um certo empenho físico, psicológico e até mesmo espiritual. Alguns destes condutores precisam se apegar a fé para suportar a longa maratona carnavalesca — que seja a durar de sete a oito horas por cada desfile.


Veja os desafios da vida de motorista de trio no vídeo abaixo



Motorista de trio elétrico há cerca de dez anos, Valter Vinicius, de 38 anos, tem carteira de habilitação categoria E, é casado, pai de uma filha e morador do bairro do Bonfim, em Salvador. Ele já desfilou na capital baiana e em cidades de todo o Brasil. Segundo ele, diversos nomes da música nacional e internacional passaram, literalmente, pelas suas habilidosas mãos.


“Já dirigi para toda a galera da Bahia. Mas eu me lembro bem de Ivete Sangalo, Psirico, Banda Eva, Bell Marques, além de alguns DJ’s internacionais. Agora, sem sombra de dúvidas, a produção dos artistas de fora são mais fáceis de trabalhar”, diz.


Valter Vinícius no trio durante o Carnaval


Durante todo o percurso o motorista é acompanhado de outro condutor reserva. Dessa forma, é possível ir ao banheiro e comer algo, mas tudo feito no mínimo espaço de tempo.


“O carnaval de Salvador tem a vantagem de poder ter um motorista reserva do lado, que é pago pela produção. A gente pode revezar, sair quando necessário. Mas sempre fica alguém na frente do carro dando os comandos, porém muitas vezes ninguém se entende. Por isso, alguns veículos contam com o dispositivo dentro da cabine do motorista para sinalizar”, revela um dos segredos.


 


Um dos maiores problemas enfrentados por quem trabalha nessa área é a falta de representação para a categoria por meio de um sindicato. Sendo assim, não é possível  exigir uma base salarial ou até mesmo reivindicar diretos básicos para os trabalhadores como seguro de vida e um salário mais justo.


“Eu trabalho de carteira assinada. Então, em casa ou na rua, o dinheiro entra na conta do mesmo jeito. A parte negativa que vejo, é os donos de trio querendo se aproveitar  da crise para pagar pouco, que é uma situação que nunca acaba e isso prejudica toda uma categoria”, diz.


Durante a entrevista, o motorista aproveitou para fazer uma denúncia com relação a vistoria feita nos trios no Parque de Exposições, localizado na Avenida Paralela. Ele conta que falta estrutura para atender o público, já que vem trios de outras cidades. “O povo não sabe as condições que a gente fica exposto. Muita gente fica dentro  das baias de cavalo”, revelou.


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DETRAN


Com objetivo de capacitar e aprimorar as técnicas desses motoristas que trabalham na folia momesca, o Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA) oferece, gratuitamente, um curso na sede da Escola Pública de Trânsito do Detran, no Iguatemi. Nas aulas, os alunos são orientados através de palestras sobre direção defensiva e relações com o público.


Valter Vinícius trabalhando no trio elétrico durante o Carnaval


Segundo  o Instrutor Teórico de Cursos da Escola Pública, Yuri Machado, as dicas passadas pelo órgão são específicas para orientar profissionais de trânsito e transporte no período do Carnaval. Tanto para condutor, como para passageiros, trios elétricos, carros de apoios e taxistas.


“A finalidade é capacitar em uma estrutura física e psicológica para essa festa, onde temos, inclusive, uma legislação específica”, contou.


Ele conta, também, que os casos mais comuns são problemas com passageiros sob efeito de drogas. “É comum para condutores de passageiros passar por situações com pessoas agressivas sob efeito de álcool e drogas que xingam ou até  pessoas querendo carregar materiais dentro do ônibus. Então cada modal tem suas demandas”, disse.


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