“É água pra dentro”: Fiéis louvam Rainha das Águas em dia de muita chuva

A chuva não perdoou.

No dia da Rainha das Águas a saudação veio também dos céus. O tempo fechou e choveu forte no culto à Yemanjá. Nada mais apropriado, diriam muitos.

Afinal, água por água… fica tudo em casa. Tudo é uma só celebração.

A chuva renova. Um processo de reposição do líquido após sua transformação em estado gasoso de evaporação. Simbologia pura. Assim explica a ciência. Os devotos incorporam o discurso.

“Veio água de cima e água de baixo. Mas está tudo lindo. Agora é água pra dentro”, diz Eduardo Vieira, estudante de direito, em referência à quantidade de álcool que pretende ingerir durante a festa religiosa.

Rio Vermelho amanheceu chuvoso no 2 de fevereiro. Foto César Irará / Aratu Online

E onde tem água tem também banho. Nem que seja de folha. Como foi o caso de Maria Santana, que abriu o corpo para novas energias antes de colocar sua oferenda nas águas da praia do Rio Vermelho.

“O banho faz bem. Limpa mal-olhado e energias ruins”, afirma.

Devota se protege da chuva. Foto Dinaldo dos Santos / Aratu Online

 Mesmo com o forte temporal, o casal Gerson Santana, 53, e Rita Conceição, 45, diz que não arreda o pé para pedir a proteção a Yemanjá.

“O que vou pedir não conto. Mas digo que não saio daqui por chuva nenhuma”, diz a esposa. Enquanto esperam a proteção divina, se equilibram na proteção de um pequeno guarda-chuva que mal cabe os dois.

“Eu vim na ponga dela. Mas ainda bem que ela trouxe. Eu nunca saio com sobrinha. Por isso sou casado com ela. Ô mulher prevenida”, diz aos risos, Gerson Santana.