Sarajane alfineta Cláudia Leitte e diz que o axé está longe da versão pop americanizada
Sarajane alfineta Cláudia Leitte e diz que o axé está longe da versão pop americanizada
Uma das pioneiras do axé, a cantora Sarajane, colocou o seu bloco no circuito Campo Grande, na tarde deste sábado (14), e rebateu a afirmação de Claudia Leitte de que a crise no gênero existe porque a “indústria do axé só pensou em lucrar”.
Para a cantora, o axé está muito vivo, mas longe da versão pop e americanizada de alguns artistas. “O axé é uma música feita nos guetos, com o ritmo do candomblé e dos blocos afros, que se misturam. Só que depois, quando as pessoas ficam mais americanizadas, mais pop na forma de se vestir, de cantar, aí perde a essência. E você não pode perder sua baianidade, fica sem personalidade. A música baiana vem passando por várias mudanças. É uma festa em que as pessoas trazem outros estilos (arrocha, eletrônico), e o enfraquecimento é exatamente esse. O Carnaval de Salvador é uma vitrine. Quando você abre muito a guarda e lota de outros estilos, enfraquece”, disse Sarajane, recusando-se a citar nomes.
As declarações vieram após a entrevista que Claudinha concedeu à “Folha de S. Paulo”. Leitte disse que o modelo do Carnaval de Salvador se esgotou porque “todo o mundo se preocupou em ganhar dinheiro instantaneamente”. “As pessoas se preocuparam em ter na hora o ‘cash’ e não em ter suporte para 10, 20 anos de festa”, reclamou.
No ano em que o gênero completa 30 anos, Sarajane, que se considera a “vovó do axé”, questionou: “O que é a indústria do axé? É um empresário, uma empresa, um artista. Não sei, mas Claudia Leitte também está dentro desse contexto da indústria. Ela ganha muito dinheiro com isso. Nem sei por que ela falou isso”, rebateu.